Reflexão do Evangelho de sexta-feira 30 de outubro
Reflexão do Evangelho de sexta-feira 30 de outubro
Lc 14, 1-6 - Cura de um hidrópico
Num dia de sábado, Jesus almoça na casa de
um dos chefes dos fariseus. A casa está repleta. Curiosos, todos olham para Ele
com intenções pouco fraternas e amigas, buscando descobrir alguma falha ou erro
para acusá-lo e denegri-lo. Ele não se sente intimidado. Sem hesitar, aproximou-se
de um homem enfermo, toucou-o e o curou, provocando espanto e repúdio dos
representantes do povo. Seu gesto, porém, fala mais alto que qualquer palavra, o
bem é praticado e o sentido espiritual do sábado é priorizado, permitindo que
os discípulos “reconheçam o sábado, lembra S. Cirilo de Alexandria, como dia do
sacrifício agradável a Deus. De fato, o milagre torna-se uma oferta de suave e
doce fragrância espiritual, apresentada ao Pai misericordioso, bom e pleno de
amor”.
Os doutores da Lei e os fariseus percebem
no que ocorreu uma oportunidade para caluniá-lo. Em sua sabedoria, Jesus não
cede: com ênfase, Ele revela a falsidade do legalismo farisaico e aponta para a
finalidade querida por Deus ao instituir o sábado, perguntando-lhes se, nesse
dia, era ou não lícito fazer o bem e curar os enfermos. O silêncio é total. Em
lugar, porém, de acolher os seus ensinamentos, eles não deixam de hostilizá-lo
e continuam substituindo o espírito da Lei por suas prescrições e normas
cultuais.
Muitos dos autores antigos, referindo-se
a este episódio, como S. Atanásio, lembram que a cura proclama o gesto salvador
do Senhor, a sua Ressurreição, celebrada no domingo. S. Justino situa o sábado
no contexto de um “apelo à prática da santidade”. Por conseguinte, o Senhor
quer preservar seus seguidores do “fermento dos fariseus” e levá-los a compreender
que o sábado proclama justamente a ação salvífica e misericordiosa de Deus.
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