Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 09 de outubro



Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 09 de outubro
Lc 11, 15-26 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus)
      
       Os milagres realizados por Jesus são “sinais”, manifestações, que ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê nele como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.
       O título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”, pois o poder do Mal estaria combatendo contra si próprio. Assim, as acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
Mas o tema central do presente texto não é a luta entre a luz e as trevas, mas sim a vitória da luz sobre as trevas, porque quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. Este nada tem a temer, “pois chegou a ele o Reino de Deus”. Ao contrário, o demônio é aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e os seus seguidores rejeitam a verdade do amor divino, não pertencem a Deus e abraçam o mal. Tornam-se cúmplices do Maligno.
A resposta às acusações dos fariseus é dada pelo próprio Jesus, quando, no dizer de S. João Crisóstomo, “afirma que expulsar os demônios, como Ele acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo de Deus”, ou seja, pelo poder do Espírito divino, nada mais restando do que recolher os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
        Ao ouvir essas palavras, escribas e fariseus, unem-se contra Jesus e aliam-se aos inimigos do passado, que provocaram a dispersão do povo entre as nações e negaram a ação do Espírito Santo. Em reação a eles, diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que vos julgará no último dia”. E, voltando-se para os discípulos, acrescenta: “Se alguém me ama guardará minha palavra e o Pai o amará, e viremos a ele e faremos nossa morada nele”.

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