Reflexão do Evangelho de segunda-feira 26 de outubro
Reflexão do Evangelho
de segunda-feira 26 de outubro
Lc 13, 10-17 - Cura da
mulher encurvada
Num
dia de sábado, Jesus ensinava na sinagoga e lá estava uma mulher toda
encurvada, com um ‘espírito de enfermidade’. Ela se aproxima de Jesus, que lhe
diz: “Mulher, estás livre de tua doença e lhe impôs as mãos”. A sinagoga estava repleta. A mulher, tocada no
seu íntimo, endireitou-se e glorificava a Deus. O mesmo acontece, comenta S.
Agostinho, “com a humanidade toda inteira, que, como aquela mulher, estava recurvada
sobre a terra”.
No
entanto, os fariseus não reconhecem, em Jesus, a ação de Deus que liberta os
homens do mal e, fechados em seu mundo ritualista e autoritário, não se deixam
penetrar pelas suas palavras misericordiosas. Evidencia-se a hipocrisia deles
quando, diante do milagre de Jesus, presos às suas observâncias rituais,
aborrecidos, alegam ter Ele transgredido a Lei do sábado. E não só. Com laivos
de ironia, recordam o ritmo divino da criação em seis dias, para concluir: “Vinde
nestes dias para serdes curados, e não no dia de sábado! ”.
A oposição de Jesus aos fariseus é nítida.
Ele deseja restituir à prescrição do sábado seu verdadeiro sentido, considerando-o
não só como intervalo de descanso, mas, sobretudo, como manifestação da
bondade, do amor, da misericórdia de Deus. “O sábado, escreve S. Ambrósio, é
figura do repouso festivo futuro. Por isso, não há repouso para as obras boas,
só para as más”. Como transparece no Evangelho, a vida toda de Jesus é tecida
por uma luta em favor da libertação da observância rigorosa do sábado e dos
exageros estabelecidos pelas prescrições e normas rituais, que ensombreavam a
ajuda ao próximo.
Assim, ao curar a mulher encurvada, Jesus nega
a representação de um Deus vingativo e cruel, e proclama que Ele não se cansa jamais
de manifestar o seu amor e a sua benevolência. O zelo pela observância do
sábado ou do domingo não justifica permanecer cego às exigências da caridade e
à evidência da bondade e da misericórdia de Deus. Aliás, já entre os próprios
fariseus havia uma reação contra essa interpretação exagerada, pois dizia um
dito rabínico: “o sábado foi confiado a vós, não vós ao sábado”.
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