Reflexão do Evangelho de sábado 31 de outubro



Reflexão do Evangelho de sábado 31 de outubro
Lc 14, 1.7-11 - Escolha de lugares
                     
       Presente num banquete, Jesus observa como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Voltando-se, então, para os discípulos, Ele deseja despertar neles uma atitude de simplicidade e humildade, contrastando com a dos fariseus, desejosos de ocupar os primeiros lugares, pois o objetivo do Mestre é conduzir os ouvintes, destaca S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta e digna de louvor, e a não serem sequiosos de vanglória, como muitos demonstravam no banquete”. Traça-se, assim, uma clara distinção entre os que se colocam no seu devido lugar, os humildes, e os que, ávidos por glórias humanas, procuram afoitamente os primeiros lugares, isto é, serem mais do que na realidade são.
       Para o cristão, seu poder não é poder de dominação, mas é presença acolhedora de sua vida em Deus, que tudo liberta e vivifica, na ternura e no vigor de sua misericórdia. Por isso, ele não se humilha, não se gloria, não domina; ele é liberdade no amor. Ele experimenta o amor fraterno e o amor de Deus na Festa da Perfeita Alegria, “festa que será dada, no dizer de S. Irineu, no dia da festa dos justos, quando os pobres terão uma mesa preparada diante de Deus, que os nutrirá com todo tipo de iguaria”. Como Francisco de Assis, ele se despoja não só dos seus bens, mas da vaidade, dessa terrível vaidade farisaica, que leva a pessoa a se julgar virtuosa e dona do agir divino.
Deste banquete, ninguém é, de antemão, excluído, pois os dons de Deus são concedidos a todos os habitantes da terra. O Dono da festa, observa S. Ambrósio, “ordena que entrem os bons e os maus, para aumentar o número dos bons, para aperfeiçoar as disposições dos maus, e assim se realizem as palavras: os lobos e os cordeiros pastarão juntos” (Is 65,25). Como na parábola dos convidados para a ceia, Ele manda buscar os que estão fora, na praça, os pecadores, para que também eles façam parte da festa e possam trilhar o caminho estreito, cruzando a porta da vida, e, mais tarde, transfigurados, participem do banquete eterno, junto de Deus. Então, desde já, os convivas, nas dobras da vida, reconhecem a presença amorosa e misericordiosa de Deus, paz perene.

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