Reflexão do Evangelho de quarta-feira 04 de novembro
Reflexão
do Evangelho de quarta-feira 04 de novembro
Lc 14,
25-33 - Renunciar ao que temos de mais caro
Multidões, movidas pelo desejo de unidade
e de amor, seguem de perto a Jesus. Mas só após algum tempo, muitos de seus ouvintes
começam a compreender que a estrada que conduz ao Reino passa pela renúncia,
não do que são, mas daquilo no que se converteram, por não corresponderem à
imagem de Deus impressa neles. Seguir Jesus é nascer do alto; é transformar sua
vida num dom para os outros. Em outras palavras, seguir Jesus é estar pronto a colocar
tudo a serviço de seus semelhantes, pois o próprio Senhor diz: “Se alguém vem a
mim e não odeia pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida,
não pode ser meu discípulo”.
Suas palavras são fortes e provocadoras.
Observa S. Basílio Magno: “Falando desse modo, Jesus não deseja despertar em
nossos corações tramas e insídias, mas conduzir-nos à virtude da piedade e a
rejeitar a voz dos que procuram desviar-nos dos ensinamentos divinos”. Neste
contexto, o verbo odiar significa: “ter em menos conta”, e, segundo um modo de
falar semítico, ele realça a recomendação dada pelo Senhor aos discípulos, para
que não atribuam às realidades do mundo um valor supremo, mas enamorem-se do
bem, da verdade e da luz. Então, a renúncia revela seu sentido espiritual
construtivo, uma espécie de abandono do que é oposto a Deus e indica o caminho para
uma vida cheia de generosidade e de alegria. Renascido e purificado, o
discípulo amará, profunda e santamente, seus pais, filhos, parentes e até seus
inimigos.
O
Instante de Jesus realiza uma transposição da instituição terrestre de Israel a
um plano de realidade espiritual, passagem que muitos dos ouvintes recusam-se a
fazer, pois só se chega ao Reino passando pela vitória sobre si mesmo, e dispondo-se
a um serviço, livre e despretensioso, a Deus e aos irmãos. Palavras
desafiadoras que Jesus dirige não só aos discípulos, mas também à multidão. Alguns
dos ouvintes, não o compreendendo, permanecem irredutíveis. Muitos outros o compreendem
e acolhem a necessidade de se fazer criança, atitude de renúncia ao que possuem
e ao que sabem, levando-os a abraçar a mais alta revelação de Deus como amor
misericordioso.
Comentários
Postar um comentário