Reflexão do Evangelho de segunda-feira 23 de novembro
Reflexão do Evangelho
de segunda-feira 23 de novembro
Lc 21,1-4 - O óbolo da
viúva
Certa
feita, Jesus encontrava-se na praça interna do Templo, chamada “pátio das
mulheres”, onde estava o cofre para a coleta das ofertas. Muitos se aproximavam
do local e jogavam mancheias de dinheiro, como aquele rico homem que lançava as
moedas no piso de pedras, despertando a curiosidade de todos. A atenção de
Jesus, no entanto, foi atraída por uma pobre viúva, maltrapilha, que depositou
no cofre duas moedas de pequeno valor. O Mestre chamou os discípulos e lhes
disse: “Olhai para esta mulher. Pois bem, foi esta pobre viúva que lançou mais
do que todos”.
O
gesto daquela mulher tocou profundamente Jesus, pois sua generosidade era prova
da entrega total e confiante de sua vida a Deus. Ela podia muito bem reservar algo
para si, com todo direito. Mas, acima do que lhe cabia por justiça, ela vive o
desprendimento e se coloca integralmente nas mãos de Deus. A esse respeito, diz
S. Ambrósio: “A dádiva da viúva foi medida, não pelo peso, mas sim pela
gratuidade de sua entrega”. Porque, acrescenta S. Jerônimo, “quem não possui
nada pode ter tudo, enquanto quem detém muitas coisas pode carecer da condição
de possuir o essencial”.
Aquela
pobre viúva traduzia, de modo concreto e incisivo, o mandamento de amar a Deus
com todas as suas forças ou, segundo o pensamento judaico, com todas as suas posses
terrenas. Os Apóstolos percebem que, mediante o gesto daquela mulher, Jesus ensina-lhes
que a confiança em Deus não pode ter limites. É decisivo abraçar a simplicidade
e o desapego para poder se doar, sem reservas, à missão evangelizadora, e viver
a verdadeira fraternidade.
A pobreza não consiste
em não ter, mas na capacidade de doar-se a Deus e aos irmãos. Então, qual farol
em meio aos rochedos da ganância e do egoísmo, a pobre mulher abre espaço para
a recomendação final de Jesus: “Quem pensa ganhar o mundo inteiro para salvar
sua vida, vai perdê-la; mas, o que perder a sua vida por causa de mim e do
Evangelho, vai salvá-la”.
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