Reflexão do Evangelho de sábado 21 de novembro
Reflexão
do Evangelho de sábado 21 de novembro
Mt 12,
46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus
A multidão é grande. A mãe de Jesus e
seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles
e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para indicar como
seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai que está nos
céus. E com uma intenção bem precisa, pergunta-lhes: “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos?” Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para
afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade
espiritual a todo parentesco corpóreo”. As palavras do Mestre, dirigidas a
todos os discípulos, visam convocá-los a fazer parte da Aliança, tornando-os
membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.
Se
a grandeza de Maria repousa sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus,
muito mais sobre o fato de ela ser mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra
de Deus, que, por obra do Espírito Santo, nela se encarnou. Acontecimento maravilhoso
e culminante da história da salvação, atestado por S. Lucas no início do
Evangelho: “O Espírito Santo virá sobre ti e armará sua tenda sobre ti; por
isso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus” (1,35).
Eis a sua glória! Maria acolhe o Espírito
Santo, que arma nela sua tenda (episkiásei soi) e nela permanece para sempre. Assim,
a presença do Espírito em sua vida, não se apresenta como uma realidade que
apenas diz respeito à sua pessoa. Todos nós somos incluídos nesse evento do infinito
amor de Deus, que nos toca e nos introduz no mistério da Trindade. E a resposta
de Maria, sempre atenta aos apelos do Pai, manifesta justamente sua função no
interior da missão de Jesus: Ser modelo de fé para aqueles que seguem seu
divino Filho! Por conseguinte, também nós, na medida em que acolhemos a Palavra
de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da
qual Maria é a mãe. Nesse sentido, observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a
vontade do Pai e a fez inteiramente; por isso vale mais para Maria ter sido
discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz era Maria, porque antes de gerá-lo, já
o trazia em seu coração”.
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