Reflexão do Evangelho de terça-feira 24 de novembro e quarta-feira 25 de novembro
Reflexão do Evangelho
de terça-feira 24 de novembro e quarta-feira 25 de novembro
Lc 21, 5-19 - A ruína
de Jerusalém e o fim dos tempos
Nos
três Evangelhos Sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas, os sinais precursores do fim
do mundo são idênticos, pois, como observa S. Agostinho, “todos os três referem-se
à resposta dada pelo Senhor aos discípulos que lhe perguntavam quando
aconteceria a destruição do Templo por Ele predita e qual seria o sinal da sua
segunda vinda, o fim do mundo”. As palavras de Jesus induzem a pensar em um
longo tempo que precede à sua vinda gloriosa, e indicam que os sinais se
sucederão ao longo da vida cristã ou, na expressão do santo de Hipona, “eles não
cessarão de vir até o fim do mundo”.
O mesmo vale para a vinda
gloriosa do Senhor. O encontro com Ele não se dará apenas no final dos tempos.
Estende-se por toda a vida do cristão, num processo contínuo de assimilação,
que não implica eliminação do humano, mas sim sua perfeição. Santidade é
plenitude de vida. Nesse sentido, é impensável considerar a segunda vinda do
Senhor ou o fim dos tempos como uma realidade trágica e temerosa, ela será manifestação
do supremo amor, que reúne todas as criaturas, em suas características
próprias.
Desde
agora, o discípulo participa das realidades divinas, configurando-se sempre
mais a Cristo. O fim dos tempos será seu ingresso definitivo no eterno de Deus.
Pois o transcendente e o sobrenatural não lhe são estranhos, presentes nele constituem
o coração de sua vida, o que lhe permite reencontrar Deus nos traços de sua
face, de sua consciência e do seu coração. A propósito, diz S. Agostinho:
“Recriados por Ele, e aperfeiçoados por uma graça mais abundante, veremos,
naquele repouso eterno, que Ele é Deus, que nos plenifica, pois será tudo em
todos”. Teilhard de Chardin diz por sua vez: “Como um raio, como um incêndio,
como um dilúvio, a atração do Filho do homem agarrará, para reuni-los ou para
submetê-los ao seu corpo, todos os elementos que gravitam no universo”.
Embora não seja possível
prever o fim dos tempos, uma certeza se nos impõe: Cristo é o fundamento e o
sentido do homem e do mundo. Se assim não fosse, tudo terminaria no vazio,
envolto na noite silenciosa da destruição. Porém, para nosso gáudio, ouviremos naquele
dia a voz tranquila e amorosa do Senhor, chamando-nos à plenitude do amor: é a
vinda gloriosa do Filho do homem, presença da infinita misericórdia de Deus. Momento
não de temor, mas tempo privilegiado de união com Deus. Deus “tudo em todos”,
“todo em tudo”.
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