Reflexão do Evangelho de sexta-feira 13 de novembro
Reflexão do Evangelho de sexta-feira 13 de
novembro
Lc 17, 26-37 – O dia do Filho do Homem
Jesus
vem a nós, revela-nos a face humana de Deus e, em sua vitória sobre o pecado e
a morte, antecipa a manifestação da glória de Deus. O Instante de Jesus, o Hoje
do Reino, opera uma transposição radical da instituição terrestre de Israel a
um plano de realidade espiritual transcendente. Assim, na pessoa do Filho de
Deus, efetiva-se na história a presença da eternidade, que, imanente no tempo, nos
prepara para o dia da instauração definitiva do seu Reino de amor e de
misericórdia.
O dia do Filho do Homem, seu retorno
glorioso, embora não se diga quando se dará, é certo; “como no dia de Noé”, ele
será rápido e inesperado, não está aqui nem ali. “O patrão virá no dia em que o
servo não o espera”, insiste S. Mateus. No entanto, para consolá-los da nostalgia
dos “dias” em que não mais estaria visivelmente presente, Jesus fala de sua
presença interiorizada no meio deles, graças ao Espírito Santo, que irá inaugurar
o tempo novo, previsto pelos profetas.
No presente momento, eles estarão atentos
e vigilantes, e a comunidade cristã, vivendo o hoje do Reino, estará sempre preparada
para o seu retorno, pois, ciente de que não basta simplesmente dizer seu nome, ela
pratica o bem e “investe” os talentos recebidos. Nesse sentido, comentando as
palavras de Jesus: “Quem estiver no terraço, não desça; quem estiver no campo,
não volte atrás”, escreve S. Agostinho: “Os que estão no terraço não devem
descer, isto é, não se deve descer de uma vida espiritual a uma vida carnal”.
Por
conseguinte, a vida terrena situa-se no espaço compreendido entre realização e
expectativa, entre ter e esperar, “alegres na esperança” (Rm 12,12). E a vinda
do Filho do Homem será aguardada
não com medo, mas sim com confiança, pois há uma continuidade, coligando dois
Instantes que se tornam um: aquele em que Jesus aparece na história e aquele em
que o Filho do homem retornará.
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