Reflexão do Evangelho de sábado 14 de novembro
Reflexão
do Evangelho de sábado 14 de novembro
Lc 18,
1-8 - Parábola do juiz iníquo e da viúva importuna
Após
a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos outra parábola, a do juiz
iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se
indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela
viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atende. Com muito maior
razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele
dia e noite, mesmo que os faça esperar? ”. O Pai não deixa de atender às
súplicas de seus filhos.
Para despertar nos discípulos a perseverança
na oração, sugerida desde a introdução da parábola, Jesus descreve os
insistentes rogos da viúva, incentivando-os a proceder do mesmo modo. Ainda que
retarde, a prece deles será certamente acolhida pelo divino Juiz, o Justo por
excelência. Talvez no presente momento, eles tenham de suportar a iniquidade, o
crime e o pecado, porém, o Senhor não os abandona e virá em socorro deles. A paciência
do Pai reflete a longanimidade misericordiosa do seu coração, que concede aos
pecadores o tempo necessário para se arrepender e assim o número dos eleitos
possa ser sempre maior.
Nesse
sentido, exclama São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva
oprimida conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade,
concede-lhe o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia
a iniqüidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher
os que se achegam a Ele dia e noite? ” De fato, escreve S. Agostinho, “o Senhor
quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e justo,
trata com amor os que recorrem a Ele pela oração”.
A confiança em Deus cresce e se
solidifica quando reconhecemos que o seu Filho, Cordeiro que tira o pecado do
mundo, veio até nós para nos socorrer e nos salvar. Mas, não estamos sós! Em
nós e por nós, ora o próprio Jesus, que, no dizer de Orígenes, “é o sumo
sacerdote das nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai”. Nele, os
movimentos do nosso coração tornam-se uma única e ininterrupta prece, que se
irradia e se manifesta na comunhão com Deus, com os outros e com a criação toda
inteira.
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