Reflexão do Evangelho domingo 29 de novembro
Reflexão
do Evangelho domingo 29 de novembro
Lc
21,25-28.34-36 - Manifestação gloriosa do Filho do Homem
Mais uma vez, o
Senhor fala dos sinais do fim dos tempos, e se refere aos transtornos cósmicos,
previstos por toda a tradição apocalíptica. A utilização de diversas imagens,
por vezes fortes, indica que seu objetivo não é apresentar uma descrição
científica dos acontecimentos últimos do homem e da história, mas, em sua
aparente simplicidade, é despertar a fé e a necessidade da vigilância. A
incerteza do perigo sugere aos discípulos a vigilância, disposição alimentada pela
confiança e pela espera da vinda do Senhor, luz e rocha inquebrantável.
O julgamento ou o juízo
proposto pelo Senhor não é postergado para o fim dos tempos, mas ele se realiza
desde já. Em todo instante, cada qual vive a possibilidade de exprimir ou não sua
abertura a Deus, aos seus semelhantes e à totalidade da criação. É a
inauguração dos tempos messiânicos, que implica a salvação, abertura à vida e
ao amor, ou o fechamento, em que se sucumbe à tentação de viver como se Deus
não existisse. Por conseguinte, as palavras de Jesus sobre a vinda do Filho do
Homem não têm por objetivo anunciar o fim de tudo, mas desenvolver nos
discípulos a capacidade de comunhão com os outros e com Deus. Sua mensagem é de
esperança, pois já se vive, desde agora, o que será definitivo: “os novos céus
e a nova terra”, onde Deus por seu Cristo reinará plenamente.
Porém, os discípulos são exortados a se prepararem como melhor
podem. O critério, que permite separar as ovelhas das cabras, já lhes é
conhecido: depende da atitude que eles assumem na estrada que conduz de
Jerusalém a Jericó. Ou se comportam como o sacerdote e o levita, mantendo um
coração indiferente e duro, ou como o Samaritano, que manifesta misericórdia e
amor. Os que se entregam confiantes nas mãos de Deus e traduzem na vida o
despojamento interior, já ouvem desde agora as palavras de alegria:
“Olhai, erguei vossa cabeça, pois se aproxima o tempo da vossa redenção”.
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