Reflexão do Evangelho de terça-feira 03 de novembro
Reflexão do Evangelho
de terça-feira 03 de novembro
Lc 14, 15-24 - Os convidados
que recusam ir ao banquete
A
realização de um banquete é uma das belas imagens, utilizadas por Jesus, para descrever
o Reino de Deus. Nesta parábola, Ele fala de uma festa promovida por um rei em
honra do seu filho, para a qual muitos são convidados, parentes e vizinhos. Quando
tudo já está organizado, ele pede a seus servos que os chamem. No entanto, os
convidados se negam a ir ao banquete, apresentando as mais diversas escusas: afazeres
diversos, juntas de bois para cuidar, coisas da vida, que não lhes permitem
participar da festa, ainda que o convite tivesse sido feito com muita
antecedência. Verdadeira afronta, pois rejeitá-lo, no último momento, era negar
ao dono da festa a devida honra. Pelas respostas dadas, deduz-se a necessidade
de estabelecer prioridades na vida ou, melhor, não deixar de lado o importante,
participar da alegria e dos dons do Senhor, por causa do que se considera “urgente”.
S. Cirilo de Alexandria comenta o fato de eles “desdenharem o convite, porque
estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs
distrações deste mundo”.
O rei, então, resolve
substituí-los por aqueles que perambulavam nas praças e ruas da cidade. “Que
venham, diz S. Agostinho, os mendigos, já que quem convida é aquele que sendo
rico se fez pobre por nós, para que os mendigos nos enriqueçam com a sua
pobreza”. O banquete está preparado, e ainda há lugares vazios. Os servos saem,
mais uma vez, pelas estradas e jardins, e chamam os que não residem dentro da
cidade, até que a casa fique realmente cheia. Na sala repleta, reúnem-se bons e
maus, pecadores e estrangeiros, sinal da grandeza de coração do dono da casa, em
claro contraste com a maneira desdenhosa dos primeiros convidados. Estes correm
o risco de não mais encontrarem lugar no banquete do Reino.
O convite é dirigido a
todos, sem ambiguidades de natureza discriminatória. Os chefes religiosos do
povo bem compreendem o sentido de suas palavras, mas apesar da insistência do apelo
de Jesus, eles permanecem em sua rigidez de visão, e não aceitam participar da
ceia messiânica. Em lugar deles, trajando as vestes apropriadas para a festa, unem-se
a Jesus os mendigos e publicanos, tornando emblemáticas as palavras finais da
parábola: “Há muitos chamados, mas poucos escolhidos”.
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