Reflexão do Evangelho sábado 28 de novembro de 2015
Reflexão
do Evangelho sábado 28 de novembro de 15
Lc
21,34-36 - Vigiar para não ser surpreendido
Após
contar a parábola da figueira, Jesus fala da necessidade de vigiar em todo
tempo. Mas sua vinda, quando será? O dia e a hora só são conhecidos pelo Pai, por
ninguém mais, “nem mesmo pelos anjos do céu”. O próprio Jesus diz: “Não vos
pertence saber”. S. João Crisóstomo vê nessas palavras o apelo do Senhor para
que “cada um sempre o espere e sempre se empenhe” no serviço aos pobres e
desvalidos. Urge estar preparado para o encontro com o Senhor. O dia de sua
vinda encerra o tempo histórico, embora ele não lhe pertença; ele não consta do
calendário, e, portanto, não pode ser predito.
Nesse sentido, a vida humana
compreende um caminho de aperfeiçoamento e de purificação, que nos introduz no
Reino do Espírito Santo. Porém, tudo depende da nossa decisão. Ou participamos pessoalmente
do “pecado do mundo”, ou procuramos viver a virtude, que visa não simplesmente
nos unir a Deus, mas exprimir a unidade de Deus na comunhão com a totalidade
dos seres criados.
Por
conseguinte, se a graça pressupõe a natureza, a natureza, por sua vez,
pressupõe a graça na medida em que a verdade de Cristo nos conduz à nossa
realização integral e autêntica. A vinda fulgurante de Cristo faz com que
sejamos revestidos da imortalidade e, nosso corpo transfigurado, no dizer de S.
Gregório de Nissa, “seja semelhante ao corpo de Cristo ressuscitado”, ou nas
palavras de S. Agostinho, “nossa alma esteja unida diretamente ao Senhor, sem
que nada se interponha entre ela e Deus”. Finalmente, o tempo se unirá à
eternidade, transformando assim sua própria qualidade, e a ação libertadora do
Senhor, banindo o temor, “será salvação para todos, e ela se chama Igreja”
(Clemente de Alexandria).
O
mistério da encarnação, a ressurreição, a vinda do Senhor não são apenas
irrupções da ação divina na história, mas acontecimentos interiores, que
plenificam misteriosamente a natureza humana. Portanto, a escatologia ou o fim
dos tempos já foi inaugurado e opera na história, graças à Ressurreição do
Senhor.
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