Reflexão do Evangelho de quinta-feira 12 de novembro
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 12 de novembro
Lc 17,
20-25 - A vinda do Reino de Deus
Ao dizer que o Reino de Deus está
próximo, Jesus provoca a curiosidade dos fariseus. Um deles, movido pela
expectativa de uma manifestação divina decisiva, pergunta-lhe: “Quando ele
virá”? Outros, porém, diante dos ensinamentos de Jesus sobre a tolerância, o
amor aos inimigos e a acolhida aos pecadores, alimentavam muitas dúvidas a
respeito de suas palavras.
Compreendendo-os
e não querendo deixá-los com ideias equivocadas, Jesus aborda a questão sob
dois aspectos, o tempo e o modo como se dará sua segunda vinda ou a instauração
definitiva do Reino de Deus. Primeiramente, Ele esclarece que muitos procurarão
sinais, mas em vão, pois ela não será precedida por sinais nitidamente
constatáveis. Nesse sentido, voltando-se para os discípulos, alerta-os de não
se deixarem enganar diante dos fortes rumores existentes, que apregoavam estar
o Reino “aqui ou ali”. O Reino não ocupa um espaço delimitado; ele é, antes de
tudo, um acontecimento, a “irrupção repentina” do dom de Deus na história
humana. Os indícios e os cálculos são, certamente, falhos, porque, em seu
caráter espiritual e escatológico, o Reino já está presente aqui e agora, conforme
fora anunciado por João Batista, antecipando o que há de vir, e que se
manifestará um dia, o Dia da eternidade.
E para que suas palavras fossem
compreendidas, Ele traça um paralelo entre o relâmpago, luz intensa e rápida, e
o “dia do Senhor”, sua vinda gloriosa. Assim como o relâmpago dispensa a necessidade
de um sinal diverso e especial para indicar a sua presença ou o seu poder, da
mesma maneira, o “dia do Senhor” irromperá sem necessitar de outro sinal. Comenta
S. Cirilo de Alexandria: “Ele aparecerá na majestade do Pai, em companhia dos anjos,
que o rodeiam, e se colocará diante de nós como Deus e Senhor”.
Portanto, as sementes do Reino, que há de vir,
já medram em nossos corações, qual força que nos configura a Jesus, trazendo,
no dizer de S. Gregório de Nissa, “felicidade às nossas almas, pois o Reino é
imagem, penhor e sinal da felicidade eterna, da qual gozarão as almas dos
santos na eternidade”.
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