Reflexão do Evangelho de domingo 28 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho de domingo 28 de fevereiro
Lc 13,
1-9 - Convite à conversão
Certa feita, algumas pessoas vieram contar
a Jesus um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus: um crime
perpetrado por Pilatos, que ordenou a morte de um grupo de manifestantes. Tornava-se
ainda mais grave pelo fato de ter-se dado no Templo, profanando o lugar sagrado
de adoração a Deus. Por julgarem que os males sobrevindos tinham sido causados,
exclusivamente, pelos pecados dos que foram mortos, eles propiciam a Jesus a
oportunidade de lançar um convite à conversão de cada um, pois todos são
responsáveis pelo que se sucedeu. Para Ele, há solidariedade nos males, que
atingem o gênero humano, mas também na prática da penitência. Por isso, Ele exorta-os
a produzir dignos frutos de penitência: é o Evangelho da urgência, que assinala
a solidariedade humana.
Nesse
sentido, para destacar sua presença como “tempo da visita”, tempo de conversão,
Jesus narra a parábola da figueira estéril, que urge uma resposta imediata e
incondicional, porque o tempo é breve, praticamente, já passou. A figueira, diz
Santo Agostinho, significa o povo de Israel, que recebeu cuidados especiais do
divino agricultor, particularmente, a visita de Jesus, que o convoca para uma
vida nova, na comunhão com o Pai e no serviço despretensioso aos irmãos. Apesar
da atenção dispensada à figueira, não encontrando nenhum fruto, o viticultor estava
prestes a cortá-la, quando intervém um homem compassivo, que, no dizer de S.
Agostinho, “intercede junto a ele, para que cave ao redor e coloque adubo, o
que indica paciência e humildade. Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém,
só uma parte dará frutos, outra não, virá o dono e a dividirá. Que significa
dividi-la? O fato de que há bons e maus, unidos no momento presente num único
corpo”.
Na literatura bíblica, é frequente a
imagem da figueira, em cuja sombra o justo encontra paz e bem-estar físico e
social; o fato de ela secar constituía sinal temível de infelicidade e de
sofrimento. Por isso, S. Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar a parábola, Jesus
“quer nos levar a produzir bons frutos, evitando o que ocorreu com a figueira
estéril, que foi cortada e lançada fora”. Assim como é possível existir uma árvore
verdejante, embora infrutífera e inútil, da mesma maneira podem existir pessoas,
com muitas e belas palavras, sem produzir, no entanto, frutos de paz e de
fraternidade. A todos vale a exortação: “Apressai-vos, o Senhor aí está! ”. Porém,
por ser misericordioso, Ele oferece a todos, no perdão, um novo começo, uma
nova esperança.
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