Reflexão do Evangelho de sábado 06 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho de sábado 06 de fevereiro
Mc 6,30-34
- Multiplicação dos pães (primeira)
Cansados, os Apóstolos se reúnem com
Jesus para contar-lhe o que tinham feito e ensinado. Ele os conduz para um
lugar solitário, onde pudessem meditar e refazer as suas forças. Ele insiste
que eles repousassem, afastados da multidão, que, no entanto, não o abandona;
segue-o, talvez movida por curiosidade ou por gratidão pelos benefícios
recebidos. Jesus não se sente incomodado ou perturbado, mas, enternecido, volta
a ensinar. As horas passam e o povo que o seguiu não tem o que comer. Sem
dúvida, a lembrança das refeições tomadas com Jesus está muito presente na vida
dos primeiros discípulos. Até então, eles eram hóspedes, convidados, mas agora,
ao ar livre, a situação é diferente. A iniciativa será tomada pelo próprio
Jesus.
Na
narrativa que se segue sobre a multiplicação dos pães, é Ele mesmo que acolhe e
oferece o alimento como anfitrião, pois benze, parte o pão e entrega aos
Apóstolos para que o distribuíssem à multidão, que se agrupava ao seu redor. O
ponto central é a comensalidade de Jesus, que toma a iniciativa de servir ao
povo, pois este poderia facilmente buscar comida na aldeia vizinha. Após
alimentá-la com a sua Palavra, o próprio Jesus põe a mesa para toda aquela
multidão esfomeada, congregando-a na comunidade de uma refeição.
S.
Marcos situa esta passagem no tema do bom pastor (Nm 27,17; Ez 34,5-8): “Assim
que Ele desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por
eles, pois estavam como ovelhas sem pastor”. Embora não utilize o título de
pastor para designar a missão dos Apóstolos, Jesus descreve seu próprio
ministério, como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e
solícitos do pastor que cuida de suas ovelhas e afadiga-se em buscar a que se
perdera. Mais do que um sentimento passageiro, misericórdia ou compaixão
expressa uma força que provém do interior da alma, das entranhas (splagxvízomai). Por isso, vendo o povo
sem guias e líderes que o conduzam, Ele mesmo, tomado de compaixão, vai agir
como pastor, enviado por Deus. Assim, o que aos discípulos parecia impossível,
alimentar naquele lugar desértico a multidão de pessoas que o seguia, torna-se
um fato real. À mente de todos, surge a imagem da solicitude de Deus, alimentando
no deserto o povo de Israel, prefiguração do maná celeste, a Eucaristia,
“fermento de imortalidade”.
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