Reflexão do Evangelho de segunda-feira 15 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho de segunda-feira 15 de fevereiro
Mt 25,
31-46 - O último julgamento
Com voz branda e serena, Jesus fala do
último julgamento. Suas palavras transmitem confiança e esperança, pois esse
encontro definitivo com Ele será o cumprimento misericordioso e eterno do
desígnio divino de salvação. A este respeito, comenta S. João Crisóstomo:
“Assim como o Senhor disse a Tomé: ‘coloque aqui teu dedo’, nessa ocasião de
sua vinda gloriosa, Ele mostrará suas chagas e sua cruz, e todos hão de
reconhecê-lo como aquele que foi crucificado. Sinal salutar, grande,
esplendoroso da benevolência divina”. É o retorno do Filho de Deus, que veio
para salvar-nos e não para nos condenar; exige-se a vigilância, que significa
salvação para os que permanecem acordados e julgamento para os que agora não
“sabem agir”. Os que se comportam como o Samaritano, com “entranhas de
misericórdia”, ocuparão os lugares que lhes foram reservados desde o início
pelo Pai: “Porque quando tive fome, me destes de comer, e se senti sede, me
destes de beber; quando fui forasteiro, me recolhestes, e se estive nu, me
vestistes; quando estive doente, me visitastes, e na prisão, viestes ver-me”.
O
perdão, que é concedido aos que aguardam o reino de Deus, é demonstrado por
eles próprios, no amor e no serviço aos seus semelhantes. S. Agostinho fala de
“dois tipos de povo, como há dois modos de amar. Um é santo, outro é egoísta.
Um está sujeito a Deus, outro quer se tornar igual a Ele”. Os que estão
“sujeitos a Deus” praticam as obras de misericórdia, reconhecidas e exaltadas
por Jesus, que as autentica ao dizer terem sido feitas a Ele mesmo: “Digo-vos
uma coisa: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos,
fizeram-no a mim”. Também aos maus, Ele conclui dizendo: “Todas as vezes que
recusastes ajuda a um desses pequeninos, negaram ajuda a mim”.
Jesus
oferece o perdão e a salvação a todos, convivendo com os pecadores e
publicanos. Em sua misericórdia, Ele os convoca a serem perfeita unidade no
amor, pois sendo amor, diz S. Gregório de Nissa, Ele imprimiu, desde a criação,
esta marca no coração de cada ser humano. Se as parábolas destacam, por vezes,
o aspecto da rejeição de muitos à mensagem do reino de Deus, não deixam de
manifestar o desejo de que o convite se estenda a todos, sem exceção,
preparados ou não. Cada um é reenviado à ação misericordiosa do Pai, que o
renova e lhe permite recomeçar seu caminho com nova esperança. No entanto, o
reino de Deus, que já se faz presente em Jesus, supõe conversão e um
arrependimento sincero. Não há desculpa; negar o amor a Deus, demonstrado em
amor e serviço ao próximo, é não acolhê-lo.
O
juízo final, escondido nas brumas do futuro, torna-se, desde já, uma realidade
em nossa vida. O reino de Deus é dom gratuito; nossos atos de serviço adquirem
valor eterno, pois efetivam a doação do Senhor pela humanidade. “Senhor Jesus,
sede o Mestre do nosso coração, para que sempre nos anime a mesma caridade com
que nos amastes”.
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