Reflexão do Evangelho de sexta-feira 19 de fevereiro
Reflexão do Evangelho de sexta-feira 19 de
fevereiro
Mt 5, 20-26 - A nova justiça é superior à antiga
A justiça evoca as boas relações entre os homens e
entre eles e Deus. Neste sentido, Jesus estabelece princípios, que inspiram os
filhos de Deus a vencer o mal pelo bem e amar os próprios inimigos. Daí sua
recomendação: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da
lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos céus”. Não se trata apenas
da justiça distributiva, dar ao outro o que lhe é devido, mas, sobretudo, do
“ser justo”, ou seja, da relação harmoniosa do homem com Deus, concretamente,
demonstrada no amor e respeito ao próximo de acordo com os ensinamentos da
Aliança divina. Por isso, de modo enfático, Jesus proclama: “Não matarás,
aquele que matar terá de responder em juízo”. De fato, por ser um ato contra o
próprio Deus, à imagem do qual todo ser humano foi criado, é impensável tirar,
de modo voluntário, a vida de alguém. S. Gregório de Nissa dirá que o ser
humano é “imagem viva de Deus”, não apenas em seu ser espiritual, mas também em
seu ser corpóreo, pois em seu ser único e indiviso, o homem reflete Jesus
Cristo, face humana de Deus.
Consequentemente, o ato de matar manifesta a ousadia de querer “se apoderar do
que é de Deus, sem Deus”, destruindo o ser humano, que é a porta de entrada da
graça divina no mundo criado. Alguém pode prejudicar o outro, seja de forma
física, mental ou espiritual. Por isso, logo adiante, Jesus acrescenta
que mesmo “aquele que se encoleriza com seu irmão é réu em juízo”. O Mestre,
que veio para trazer salvação e felicidade a todos os seres humanos, que Ele
criou para a vida, transfere o centro de importância, da ordem ritual e
jurídica para a esfera moral e espiritual, o que provoca uma profunda mudança:
exige-se abandonar o egoísmo e toda expressão de ódio, e abrir o coração à
dedicação misericordiosa ao próximo.
Seu desejo é
instalar no coração humano, para além do crime e do castigo, a comunhão
fraterna, pois o pecado, semelhante a uma semente, cresce e se desenvolve,
pouco a pouco, a menos que não seja superado e destruído pela graça de Deus,
fogo divino, que o purifica de seus vícios e estabelece a vitória do amor e da
força vivificante de Deus. Assim, de modo direto e compassivo, Ele conduz à
fonte originária da vida cristã: a caridade. Se ela estiver presente na vida
dos seus seguidores, eles jamais irão tirar a vida de alguém, tampouco se
deixarão encolerizar contra seu irmão. S. Agostinho exclama: “Vivamos o amor e
façamos o que quiser! ”. Pois quem ama jamais ofenderá o irmão e não deixará de
corresponder às exigências do Evangelho.
Comentários
Postar um comentário