Reflexão do evangelho de sexta-feira 05 de fevereiro
Reflexão
do evangelho de sexta-feira 05 de fevereiro
Mc 6,
14-29 - Morte de João Batista
O
Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte
de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é
apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua
pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos
foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida.
João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser
entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz.
Quantos
seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e
por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar
os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a
deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em
concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do
homem que o advertia de seu erro. Observa São Pedro
Crisólogo: “A virtude torna-se indesejável para aqueles que são imorais; a
integridade é motivo de sofrimento para os corruptos; a misericórdia é
intolerável aos cruéis”.
Orígenes descreveu os últimos momentos da vida de João Batista,
mostrando que o profeta morreu com a certeza de dever cumprido: “João
reprovava Herodes com a liberdade de um profeta. Levado à prisão por causa
disso, não temia a morte, mas somente pensava no Cristo que ele tinha
anunciado. E não podendo ir ao seu encontro, envia dois de seus discípulos para
interrogá-lo: ‘És tu aquele que deve vir? ’. Os discípulos retornam, relatando
ao seu mestre o que o Salvador tinha dito. Então, João, armado para o combate,
morre com segurança”.
Ele
morria como viveu: dando testemunho da justiça e da liberdade do amor. Tudo
depende da decisão pessoal de cada um. É o admirável apelo à conversão, ao qual
Herodes permaneceu insensível. Com sua morte, João Batista proclama que a fé
ultrapassa os conceitos meramente humanos e se concretiza, antes de tudo, na
comunhão com o Deus vivo. Em Deus o pecado é banido e a morte é vencida. A
vitória é da vida, dado que a sua misericórdia é sem limites. Para os cristãos, com
Jesus, “o primeiro ressuscitado dos mortos”, iniciou-se o tempo escatológico;
em breve, Ele voltará para estabelecer “o novo céu e a nova terra”.
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