Reflexão do Evangelho de quinta-feira 04 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 04 de fevereiro
Mc
6,7-13 - A missão dos Doze (recomendações para a missão)
Para o acompanharem em sua missão, Jesus
escolheu, dentre seus discípulos, doze Apóstolos. Pouco a pouco, essa
comunidade, que nos inícios faz a experiência da presença da salvação de Deus em
Jesus, passa a reconhecer a ação salvadora de Jesus, e são enviados em missão
para proclamar o Reino de Deus numa conversão para Jesus. Colaboradores, eles
participam efetivamente da missão do Mestre e prolongam a sua ação, proclamando
a proximidade do Reino de Deus, curando os enfermos e expulsando os demônios.
Para exercerem esse ministério, o Senhor os reveste de sua própria autoridade:
“Quem vos ouve, a mim ouve”. Dirá o Apóstolo S. Paulo à comunidade de Corinto:
“Em nome de Cristo exercemos a função de embaixadores e por nosso intermédio é
Deus mesmo que vos exorta” (2Cor 5,20). É o que expressa a sua vocação de Apóstolo,
seguindo Jesus em todas as circunstâncias, até no caminho do sofrimento. Ir
além dos poderes confiados pelo Mestre ou deturpá-los seria abuso de confiança,
ou traição.
Logo após, ao enviá-los, Jesus recomenda-lhes
“que não levem nada para o caminho: nem pão, nem alforje, nem dinheiro no
cinto, apenas um cajado”. Ele os quer livres e disponíveis, sem preocupações, com
inteira confiança na Providência divina. S. Agostinho lê nas palavras de Jesus o
desejo de que eles “caminhem na simplicidade, não na duplicidade”. Por sua vez,
S. Clemente de Roma lembrava à comunidade de Corinto que o Pai celestial “com
doçura e suavidade comunica suas graças a quem se apresenta a Ele com
simplicidade de pensamento (aplê dianoia) ”. Por isso, aquele que anuncia a
mensagem do Senhor, “jamais será duplo de espírito (mè dipsychômen) ”.
Aquele
que é chamado, simplesmente deixando tudo, vai de cidade em cidade, em total
disponibilidade, tornando presente a mensagem de Jesus, que era um pregador
ambulante sem morada fixa. Ao chegar a uma cidade, portador de uma alma reta,
não dividida, o Apóstiolo deverá encontrar logo hospitalidade em uma casa, e
ali permanecer, recebendo teto e pão, porque “o operário tem direito a seu
sustento”. O que importa é perseverar no espírito de simplicidade e de renúncia,
pois só desse modo, qual “pobre de Deus” (anawim), ele poderá testemunhar aquele
que o envia e lhe “ordena dar gratuitamente o que gratuitamente tinha
recebido”.
A todos, os Apóstolos comunicarão a paz, fruto
da exigência de servir ao próximo e de amar os inimigos, e quem a recebe se
inclui entre os membros do Reino de Deus e se deixa invadir pela luz divina, tornando-se
sinal de um mundo novo, mais justo e fraterno. A paz que lhe é comunicada é tão
real que, caso alguém não a queira receber, ela retorna à sua origem. O mesmo
sucede em relação à cidade visitada por eles: se seus habitantes não se dignam
receber o Evangelho, ao partirem, eles deverão sacudir “o pó de debaixo dos pés
em testemunho contra eles”. Gesto que não significa desprezo pelos cidadãos
daquela cidade, mas que expressa, principalmente, um forte apelo à conversão, pois
abrir-se ao Reino de Deus é dedicar-se à integridade de si mesmo; é viver sem
medo de viver e de morrer; é ter confiança incondicional em Deus; é caminho
para a felicidade. Assim, anunciadores do Evangelho, os Apóstolos proclamam a
mensagem da salvação e da proximidade urgente do Reino de Deus, e “ungem com
óleo” os enfermos e doentes, prolongando ao longo do tempo a obra de Jesus.
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