Reflexão do Evangelho de quinta-feira 18 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 18 de fevereiro
Mt 7,
7-12 - Confiar no Pai - Pedi e vos será dado
A própria angústia do homem, suscitada pela certeza da morte, exprime seu
desejo de felicidade e de superação. S. Irineu exclama: “Uma vida sem
eternidade é indigna do nome de vida. Verdadeira é unicamente a vida eterna”. É
a voz de um mártir, que, unindo-se a Cristo, vislumbra sua vida inscrita nos
horizontes da feliz eternidade de Deus. Para ele, entre Cristo e os homens há
bem mais do que uma simples solidariedade natural: Cristo não é um em oposição
a eles, nem um entre eles, pois todos foram incluídos em sua vida e em seu
corpo. Por isso, o amor de Cristo por eles não conhece limites; e quem quer
segui-lo também não pode estabelecer limites, pois não há quem Ele não ame.
O
amor a Deus, demonstrado em amor ao próximo e em serviço, é ilustrado pela
regra áurea, assumida pelo judaísmo: “Tudo aquilo que quereis que os homens vos
façam, fazei-o vós a eles”. Como se infere, o amor ao próximo desenvolve em nós
um olhar universalista, e a caridade, que comporta desprendimento de si mesmo,
torna-se realidade quando alguém faz o bem e, aproximando-se do outro,
coloca-se no seu lugar, jamais indiferente às suas necessidades.
Se
nós podemos amar, é porque Deus nos amou por primeiro. O amor se encarna, vem a
nós, é seu Filho Jesus, que nos dá a garantia de que o Pai nos ama e nos
acolhe, vale dizer, torna-nos livres das preocupações, que traduzem
inquietações, medo e insegurança. Ele não deixa de atender quem lhe pede algo;
está ao seu lado e conta “até os cabelos de sua cabeça”. E para que seus
ouvintes se tranquilizem, Jesus conta a parábola do amigo importuno, que é
atendido graças à sua perseverança. Também eles, com a mesma insistência, hão
de abrir seus corações ao Pai, para apresentar-lhe suas esperanças e dores:
“Pedi e vos será dado; buscai e achareis, batei e vos será aberto”. Dissipam-se
as dúvidas e incertezas, ouvem-se, então, as palavras de Jesus: “pedi”,
“buscai”, “batei” e sereis atendidos. Escreve S. João Crisóstomo: “O Senhor não
simplesmente ordena pedir, mas quer que as nossas preces sejam fervorosas e
perseverantes: eis o sentido da palavra ‘buscai’”. A insegurança e a
incredulidade cedem lugar à serenidade e à confiança ilimitada, pois, para nós,
existe sempre uma realidade maior, que é o amor de Deus para conosco.
Mas
há uma inversão, que nos deixa pasmos: a expectativa não é apenas nossa, mas
principalmente do próprio Pai, que aguarda o nosso pedido. Então, sem hesitação,
movidos pela fé, batemos à porta do Pai e, com S. Agostinho exclamamos:
“Examinemo-nos e demos graças ao doador de todo o bem. A Ele rendamos graças,
sem deixar de suplicar o que ainda não nos foi outorgado. Nós nos enriquecemos
recebendo, Ele não se empobrece dando”.
Comentários
Postar um comentário