Reflexão do Evangelho de quarta-feira 03 de fevereiro



Reflexão do Evangelho de quarta-feira 03 de fevereiro
Mc 6, 1-6 - Jesus em Nazaré
      

       A ação redentora e santificadora de Jesus tem por objetivo estabelecer uma plena comunhão entre Deus e o homem, ao qual Ele concede a adoção e a imortalidade. Assim, crer significa acolher em Jesus essa “nova” comunhão com Deus: milagre muito maior e mais profundo, que todos os demais, pois significa a permanente presença salvadora de Jesus na vida daquele que crê. No entanto, urge não ficar indeciso; é preciso tomar posição, porque Jesus não apenas abre outra possibilidade de vida para os que o seguem, mas questiona a atitude deles diante da vida. Caso permaneçam fechados à sua mensagem, eles estarão apenas vendo a realidade humana do Filho e não serão capazes de reconhecer sua unidade com o Pai.   
Em outras palavras, podemos dizer que, em cada episódio da vida de Jesus, se narra o que Deus é para nós, em sua bondade e misericórdia. Poder-se-ia mesmo dizer que Ele é uma parábola viva de Deus, transmitindo-nos, através de seus ensinamentos e de sua vida, o reinado de Deus, que já se realiza nele. No entanto, a dureza de coração é uma realidade. Há os que não só não ouvem a sua palavra, mas até chegam a pedir um sinal “do céu”, um milagre todo especial pelo qual Ele fosse credenciado como profeta. Mas caso fossem atendidos, será que eles passariam a crer nele? Obviamente, Jesus se recusa a fazer um milagre “por encomenda”; Ele o faz apenas para atender as necessidades das pessoas ou aliviá-las de seus sofrimentos. Aliás, jamais Ele será definido como um milagreiro, mas sim como aquele que passou “fazendo o bem”.
Em Jesus, a experiência do Pai é mais do que uma consciência profética, é expressão da intimidade de vida e de perfeita comunhão com Ele, o que o leva a falar sobre Deus de modo assaz íntimo e familiar, sobretudo, em suas orações, causando estranheza aos ouvintes e deixando-os escandalizados. Segundo o Evangelho, escandalizar-se é o oposto de “crer em alguém”, razão pela qual, Jesus não realiza milagres em Nazaré, apenas algumas curas, “para não se pensar, diz S. Ambrósio, que Ele fosse constrangido pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo pretensioso, renunciaram o amor à pátria”. Doravante, como escreve S. Cirilo de Alexandria, “Jesus irá se reportar aos pagãos, que o acolherão e serão curados da sua lepra”.

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