Reflexão do Evangelho de domingo 20 de março - Domingo de Ramos - Semana Santa



Reflexão do Evangelho de domingo 20 de março - Domingo de Ramos - Semana Santa
Lc 19,28-40 - Entrada em Jerusalém


       Na abertura da Semana Santa, a entrada triunfante de Jesus na cidade santa constitui o ponto alto da subida de Jesus à cidade de Jerusalém. Interrogações e incertezas martelavam a mente dos Apóstolos, que recordavam as palavras do Mestre, preparando-os para sua morte. Mas aquele momento, deliberadamente, organizado por Jesus, que caminhava à frente da procissão dos “Ramos”, dava-lhes ocasião de confirmar ser Ele o Messias, ao menos, o Rei do reino iminente. Mesmo extasiados diante da glória de Cristo, eles não deixavam de reconhecer a sua humildade de servo sofredor, manifestada na escolha de sua montaria, um simples asno, alusão ao texto de Zacarias (9,9s). De fato, a escolha de um jumentinho, que sempre foi símbolo de humildade e de paz, evidencia o triunfo da misericórdia divina, mais do que a justiça.  
       O Rei que anunciava a paz avança, rodeado pelos habitantes de Betânia e pelos peregrinos de Jerusalém, que estendiam seus mantos e cobriam com ramos de oliveira o caminho por onde Ele iria passar. Todos exultavam de alegria e, como as crianças, corriam atrás dele, balouçando folhas de palmeiras. No seu silêncio, o burrico torna-se falante, adverte-os do orgulho e da ganância; e indica-lhes o caminho a ser trilhado para se chegar à paz e ao amor: a humildade e a simplicidade.
        As dúvidas dos Apóstolos e dos seguidores de Jesus sobre quem é Ele desaparecem: Ele é o Messias, anunciado pelos profetas, preparado pelas Escrituras e desejado por todas as nações; Ele é o Mediador, em que se realiza “uma Aliança bem melhor” (Hb 8,6), a mais excelente e definitiva; Ele é o arauto do Reino, presente nele e por Ele, como jamais se tinha dado na história, pois, no dizer de S. Agostinho, “Ele não perde a divindade, quando nos ensina a humildade”. .
O dia declina e, já ao lado das muralhas da cidade, os Apóstolos se lembram das lágrimas do Mestre sobre a cidade de Jerusalém, ao dizer: “Se ao menos hoje também tu visses o caminho da paz”. Apelo que chega até nossos dias, convidando-nos a imitar os que lhe foram fiéis, de modo a estendermos aos seus pés não mantos, mas os nossos corações. Então movidos pela paz e humildade, nossos lábios se abrem e “aclamamos todos os dias, juntamente com as crianças, as santas palavras: ‘Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor! ” (S. André de Creta).

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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