Reflexão do Evangelho de segunda-feira 14 de março
Reflexão
do Evangelho de segunda-feira 14 de março
Jo
8,12-20 – O testemunho de Jesus
Percorrendo
vilarejos e cidades, Jesus vai ao encontro das pessoas, para anunciar-lhes a
boa-nova do Evangelho do amor e da misericórdia. Ele proclama ser a luz do
mundo ou o próprio Reino de Deus, que está chegando para a salvação da
humanidade; seu desejo é que todos participem da glória eterna, e reconheçam
que Deus continua a abençoar a criação.
Essas palavras de Jesus se referem à
cerimônia da festa dos Tabernáculos, quando no cair da tarde, acendiam-se os
lampadários do Templo, e celebrava-se a Luz, como sinal da realidade divina,
pois “na luz de Deus vemos a luz! ” (Sl 36,9). Aliás, no Antigo Testamento, não
só Deus e o Messias, mas também seus discípulos são chamados Luz, pois para
segui-los estes abandonam as trevas do pecado e da ignorância e, por uma fé
viva e atuante, orientam suas vidas para a glória celeste.
No
entanto, os fariseus levantam uma objeção a Jesus: “O teu testemunho não vale,
porque estás dando testemunho de ti mesmo”. Contestando-os, o Mestre diz que seu
testemunho é verdadeiro, porque Ele sabe de onde veio e para onde vai: o
conhecimento perfeito de si mesmo, de sua origem e de sua missão, é a garantia
do seu testemunho. Ademais, Ele não se encontra só; o Pai está com Ele: seja em
sua missão, pois foi enviado pelo (apó)
Pai, seja em sua origem divina e celeste, pois Ele procede do (ecz) Pai. Ora, se o envio dele pelo Pai pode
ser avaliado de modo relativo, por causa da correspondente missão conferida pelo
Pai aos profetas, o fato de Ele proceder ou, melhor, ter sua origem no ser (einai) do Pai é decisivo; é uma
exigência que não pode ser suprida por nenhum ser humano: “Eu saí do Pai e vim
ao mundo; de novo deixo o mundo e vou para o Pai”.
Com essas palavras, Jesus declara que
seus ouvintes, os fariseus, precisavam de conversão, ou seja, Ele deseja
colocá-los num relacionamento pessoal direto com Deus, para que, permanecendo
fiéis ao ensinamento dos profetas, eles se deixem guiar pelo conteúdo da Lei,
manifestação da vontade de Deus, e não apenas pela sua observância estrita e
casuística, que gera obrigações formais e prescrições rituais. Isso explica por
que Jesus é criticado pelos doutores da Lei, pois não reconhecendo o fato de
Ele manter-se fiel à Lei como revelação da vontade Deus, eles o condenam por ter
transgredido alguma prescrição ritual ou exigência formal da Lei como, por
exemplo, a observância do sábado.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário