Reflexão do Evangelho de quarta-feira 13 de abril e quinta-feira 14 de abril
Reflexão do Evangelho
de quarta-feira 13 de abril e quinta-feira 14 de abril
Jo 6, 41-51 - Eu sou o
pão da vida
As
pessoas se entreolham, um murmúrio se faz ouvir, quando Jesus, de modo claro e
singelo, diz: “Eu sou o pão da vida”. Sobretudo pelo fato de Ele afirmar que
não foi Moisés, mas o seu “Pai que dá o verdadeiro pão do céu”. E este pão é Ele mesmo; os que dele comerem,
ao contrário dos que comeram o maná, não hão de morrer, pois Ele é garantia de
vida eterna. Admirados diante destas palavras, muitos se lembram dos
comentários feitos em Nazaré: “Não é Ele o filho do carpinteiro? ” Por que está
agora dizendo que desceu do céu? Sentem-se enganados, particularmente, quando Ele
assegura: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo”. Como é
possível? Como entender estas suas palavras?
Para
os ouvintes, à primeira vista, é uma inaudita ousadia de Jesus: considerar-se o
segundo e perfeito Moisés, em quem se realiza a totalidade da salvação, ou
seja, a entrada definitiva na Terra Prometida. Perplexos, os Apóstolos
cochicham entre si: “Estas palavras são difíceis; quem pode entendê-las? ”
Percebendo o que se passava em seus corações, desejando oferecer a salvação, Jesus
provoca a fé, que significa confiança em sua pessoa: “O que vos disse são
espírito e vida. Mas também entre vós há quem não crê”. Mas para
tranquilizá-los, Ele dá a entender que este pão se refere, primeiramente, à
instrução da Sabedoria, dom que vem do céu.
Desse modo, se Ele assinala
o afastamento de Israel, ao mesmo tempo, confirma a sua salvação, pois seu
desejo é acolher a todos, para que todos participem de uma vida duradoura e
imortal. E, solenemente, Ele conclui dizendo: “Assim como o Pai, que vive, me
enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que comer de mim viverá por mim”.
Jesus não é só o ensinamento vital de Deus; Ele é também a doação de sua carne
e sangue ao Pai “para a vida do mundo”. Assim, numa perspectiva profética, Ele
anuncia a entrega de sua vida na cruz e a sua permanência entre nós na
Eucaristia, futuro dom, que será concedido à humanidade, de modo definitivo.
Neste sentido, S. Inácio de Antioquia, designa a Eucaristia como “fermento de
eternidade”, não no sentido de ela ser um mero prolongamento da vida terrena ou
um “descanso eterno”, mas por ser fonte de uma vida nova. S. Ambrósio diz por
sua vez: “Quem come a vida não pode morrer. Ide a Ele e saciai-vos, porque Ele
é o pão da vida. Ide a Ele e sereis iluminados, porque Ele é a luz. Ide a ele e
vos tornareis livres, porque onde está o Espírito do Senhor lá está a
liberdade”.
Jesus, Deus feito homem,
incluiu em sua vida nossa realidade finita e mortal, e antecipa a renovação completa
de nossa realidade, que permanecendo estrutura humana, recebe uma infinita
capacidade de luz, de glória e de amor.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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