Reflexão do Evangelho de segunda-feira 18 de abril



Reflexão do Evangelho de segunda-feira 18 de abril
Jo 10, 1-10 - O Bom Pastor
      

       A imagem de Deus como pastor está radicada na cultura aramaica, que precedeu os patriarcas de Israel. Nômades, eles viviam em meio a uma civilização pastoril, que via na figura do pastor o chefe e o amigo, sempre pronto a defender o rebanho contra as feras e os assaltos de ladrões. Conhecendo as ovelhas, o pastor as considerava como filhas, levando-as em seus braços quando necessário.
Sobre esse pano de fundo, Jesus se apresenta como o bom Pastor, que conhece e ama suas ovelhas e arrisca sua vida para procurar e salvar a que se desgarrou. Embora não utilize o título de pastor para designar a missão dos Apóstolos, Ele descreve o seu ministério, como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e solícitos do pastor que cuida de suas ovelhas e afadiga-se em buscar a ovelha perdida. À noite, ele as recolhe num espaço comum e, de manhã, chamando-as individualmente por seu nome, ele as conduz aos pastos disponíveis.
As ovelhas seguem prontamente seu verdadeiro pastor, porém, não reconhecendo a voz do ladrão ou de um estranho, negam-se a acompanhá-lo. Este entra furtivamente no redil, provavelmente, movido pelo egoísmo e por interesses pessoais, causando danos às ovelhas. Ao invés, entre o bom pastor e suas ovelhas cresce uma relação de familiaridade e de ternura. Elas o seguem com total confiança. Ele é a porta por onde as ovelhas transitam livremente; é o lugar seguro por onde elas entram e por onde chegam às verdes pastagens. Entre eles existe união de mente e de coração, pois a manifesta solicitude do Pastor para com as ovelhas corresponde à afetuosa docilidade em segui-lo.   
Em contraste com os mercenários, Ele conhece as suas ovelhas e faz o sacrifício voluntário de dar sua vida por elas, prova de seu desvelo e de seu amor gratuito e generoso. Ele é o novo Davi, o verdadeiro pastor de Israel, que quer reunir a todos, os que vêm de perto, os judeus, e os que pertencem a outros povos, “que não são deste pátio”, do pátio do Templo. E, aludindo à imolação de si mesmo pelos que o Pai lhe deu e que jamais irão ser arrancados de seus braços, Ele expressa o desejo de que haja “um só rebanho, com um só pastor”. Mandato recebido por Ele do Pai.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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