Reflexão do Evangelho de terça-feira 12 de abril
Reflexão
do Evangelho de terça-feira 12 de abril
Jo 6, 30-35
- Deu-lhes pão do céu a comer
Logo após o milagre da multiplicação dos
pães, parece-nos descabida a pergunta feita a Jesus: “Que sinal realizas, para
que vejamos e creiamos em ti? Que obras fazes? ” Na verdade, não são poucos aqueles
que desejam testá-lo e mesmo confundi-lo; mas há também aqueles que lhe pedem um
sinal “proveniente do céu”, como uma prova de autoridade.
Indo
além dessas discussões, Jesus se reporta ao maná, dado por Moisés aos seus
antepassados, “prefiguração do verdadeiro pão do céu”, que Ele no presente lhes
concede. O verdadeiro maná, o pão descido do céu, por sua natureza, é
imperecível; por seu efeito, é fonte de vida eterna para os que o recebem. Ao
contrário do maná dado no deserto, perecível e apenas capaz de alimentar o
corpo mortal, o pão que Ele dá é o “verdadeiro pão do céu”, o “pão da vida”.
Agora, são os Apóstolos que se voltam
para o Mestre e, sentindo arderem seus corações, exclamam: “Dá-nos sempre deste
pão! ” Talvez eles entendessem suas palavras ao pé da letra. Por isso, sua
resposta os deixa perplexos: “Eu sou o pão da vida”. Só mais tarde, eles irão compreender
que Jesus falava da Eucaristia, alimento de ressurreição ou, como dirá S. João
Crisóstomo, “fermento e pão de imortalidade”. A Eucaristia é a presença
permanente do Cristo ressuscitado, que nos introduz no espaço de uma perpétua
comunhão com o Pai; o argumento central não é o pão material, mas aquele que
recebe a Eucaristia: assim como os Apóstolos, no monte Tabor, contemplaram o
Cristo transfigurado, os olhos espirituais de quem a recebe se abrem para
contemplar o milagre da transubstanciação. Como se depreende, só pela fé, temos
acesso a este Mistério, que nos comunica uma energia vital, deificadora, pois quem
recebe a Eucaristia permanece intimamente unido a Cristo e, nele, a todos os
seres humanos; “um se funde ao outro, segundo S. Máximo o Confessor, graças à
força simples e indivisível da fé”.
A
propósito da Eucaristia, diz S. Gregório de Nissa: “O pão divinizado não só é
assimilado por nós, mas nos assimila ao próprio Senhor. Nossa finitude, assumida
por Ele, participa, desde já, de um modo de ser que não conhece jamais a
corrupção”. Na Eucaristia, o corpo da
humanidade, as criaturas humanas e o mundo criado, vibra no imenso ondular da Ressurreição
de Cristo.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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