Reflexão do Evangelho de quarta-feira 20 de abril
Reflexão do Evangelho de quarta-feira
20 de abril
Jo 12,44-50 - Ninguém é rejeitado
A palavra de Jesus não
consiste em comunicar uma determinada doutrina ou um complexo de noções, mas ela
é revelação do Pai. Comenta S. João Crisóstomo: “Vede, em todos os momentos, Ele
se manifesta unido com Aquele que o engendrou; entre eles não existe nenhuma
separação”. Daí a exclamação de Jesus: “Aquele que crê mim, não é em mim que
crê, mas naquele que me enviou; e quem me vê, vê aquele que me enviou”! Neste contexto,
ver significa o mesmo que crer: pode-se ver Cristo, sensivelmente, sem vê-lo,
isto é, sem crer em seu coração, por causa do egoísmo, do legalismo ou,
simplesmente, por pensar que se chega à santidade por suas próprias forças,
independentemente da graça de Deus dada em Jesus. O próprio Evangelho de S.
João, embora ressalte a Palavra, como fundamento da fé, não deixa de apresentar
os milagres como motivos que levam a multidão a crer em Jesus.
Ao longo do Evangelho, torna-se
clara a distinção entre a fé, fruto da Palavra: é o caso da samaritana que creu
na palavra de Cristo, que se apresentou como um simples homem, pedindo-lhe água
e que, gradativamente, através de suas palavras, irá conduzi-la à fé; e a fé,
que se alimenta dos sinais: é o caso do funcionário real, a quem Jesus diz: “Se
não vedes sinais e milagres vós não credes” (4,48). Aliás, esta distinção se
evidencia melhor no episódio do encontro de Jesus ressuscitado com Tomé: “Porque
viste, creste. Felizes os que não viram e creram! ” (20,29).
Jesus não veio para condenar e
sim para salvar; Ele é a última chance de receber a graça de Deus, pois a sua Palavra,
que é Ele mesmo, é decisiva: quem a acolhe adere a Deus, mas quem não a ouve e
não a observa, já tem quem o julgue: “A palavra que eu falei”. Assim, os que
rejeitam a mensagem de Jesus se excluem do Reino de Deus por si mesmos, aceitando
ou não a Palavra, proclamada por Ele e confiada aos seus mensageiros: “Eu vos
digo: quem acolhe aquele que eu envio, é a mim que acolhe. E quem me acolhe,
acolhe o Pai que me enviou”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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