Reflexão do Evangelho de sexta-feira 08 de abril
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 08 de abril
Jo 6,
1-15 - Multiplicação dos pães (primeira)
Após atravessar o lago da Galileia, Jesus,
com seus apóstolos, sobe a um alto monte. Segue-o uma multidão, atraída por sua
fama e por “causa dos sinais que ele operava nos doentes”. Quem os visse andando,
por entre aquelas colinas áridas, pensaria estar diante de um novo Moisés, conduzindo
o povo pelas estradas da liberdade. Ninguém escapava ao poder de sua palavra,
que comunicava a ternura e a bondade do Pai. Ao pôr do sol, passeando pelas
pessoas que lá estavam os seus olhos serenos e bondosos, vendo-as famintas e em
busca de sinais, “sente compaixão delas”.
Jamais movido pelas glórias humanas, Ele deseja que seus ouvintes,
ultrapassando o aspecto miraculoso e portentoso dos milagres, cheguem à verdadeira
fé e compreendam que Deus não é só aquele que é, mas também aquele que acolhe
todas as criaturas em sua misericórdia.
A noite se aproxima, a hora vai avançada.
Então, “levantando os olhos, Ele pergunta a Filipe de onde conseguir pão para que
todos possam se alimentar”. Após alguns instantes, tendo em vista o grande
número de pessoas que lá estavam, ele lhe respondeu: “Duzentos denários de pão
não seriam suficientes para que cada um receba um pedaço”. Felipe pensa em
termos materiais e terrenos, no entanto, a pergunta do Mestre “de onde? ”
sugeria um sentido diferente: o alimento vindo “do alto”. Por isso, de novo, Ele pergunta aos Apóstolos:
“Mas quantos pães vós tendes? ” André, irmão de Simão Pedro, responde-lhe: “Há
aqui um menino, que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto
para tantas pessoas? ” “De onde” conseguir alimento para tanta gente? Sua
principal intenção é alimentá-los espiritualmente e fazê-los participantes das
fontes de imortalidade e de unidade, o que só mais tarde os Apóstolos irão
compreender. No momento, cabe a eles, unicamente, acomodar a multidão, mais de
cinco mil pessoas, naquele lugar ermo. Então, tomando os poucos pães e peixes, Ele
dá aos Apóstolos, ministros da graça, para que os distribuam a todos, que Ele
acolhe em sua bondade e ternura.
Pasmos, os Apóstolos distribuem o alimento, sem saberem bem como tinha
acontecido a multiplicação. No entanto, a confiança no Mestre os fortalece
interiormente, pois, vendo a fé viva e a união dos que recebem um naco de pão e
alguns peixinhos, eles reconhecem o dom messiânico de Deus, que congrega o novo
povo de Deus, simbolizado na abundância dos restos recolhidos: doze cestos,
número das tribos de Israel.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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