Reflexão do Evangelho de quinta-feira 07 de abril
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 07 de abril
Jo 3, 31-36
- Último testemunho de João Batista
Após os ensinamentos ministrados a
Nicodemos a respeito do batismo, Jesus, anunciando o Evangelho e batizando, percorre
a região da Judeia, lugar de mananciais, não distante do rio Jordão. Nessa
mesma ocasião, João Batista, que “não tinha ainda sido encarcerado”, batizava
com água. No encontro com um judeu, os discípulos de João Batista e os de Jesus
discutem os “ritos de purificação”, que correspondiam ao batismo. Os discípulos
de João defendiam o batismo na água, os de Jesus, citando as palavras dos
profetas, falavam da purificação pelo “espírito” e pelo fogo. Em pauta, o
batismo de penitência ou de preparação. O clima tornou-se tenso, os ânimos se
acaloraram, a ponto de os discípulos irem a João para perguntar quem é que
batizava legitimamente: ele ou Jesus? Em quem acreditar? Providencialmente, o embate
irá propiciar o testemunho final e decisivo do Precursor, que, sem dar uma
resposta direta, simplesmente pronuncia as palavras, que foram ditas pelo velho
Simeão, no Templo, ao receber o Menino Jesus em seus braços: “Deixa agora seu
servo ir em paz”. E demonstrando grandeza de alma e fidelidade à missão, que
Deus lhe conferiu, João afirma: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”.
Após tais considerações, o tema inicial
sobre o batismo, causa de acirrada polêmica, foi esquecido; agora, referindo-se
à parábola nupcial, tão apreciada pelos profetas, que fala do esposo do tempo
final e descreve o povo como noiva escatológica, João Batista apresenta-se
apenas como sendo o amigo do Esposo, que veio para reclamar a sua esposa. S.
Cirilo observa: “João Batista se regozija por ter ultrapassado a condição de
servidor, para poder ser chamado amigo do esposo”. Ele é apenas o mensageiro do
Messias. Por uma derradeira vez, voltando-se para os seus discípulos, sem
hesitar, ele reafirma que a sua missão consiste em preparar os caminhos para
Jesus, que, vindo do alto, irá comunicar o Espírito divino, “dom sem medida”. Então,
como dirá S. Atanásio, “o homem se tornará segundo a graça o que Deus é segundo
a natureza”.
Por
fim, terminada a sua missão, com grande clareza e não menor humildade, ele
concita todos a irem ao encontro do Esposo e, com fervor, acolhê-lo. Sua missão,
como testemunha de Jesus, abraçada e fielmente seguida, encerra-se ao ser
levada às últimas consequências: com pouco mais de trinta anos de idade, João
dá a vida no testemunho da justiça de Deus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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