Reflexão do Evangelho de domingo 10 de julho







Reflexão do Evangelho de domingo 10 de julho
Lc 10,25-37 - Parábola do bom samaritano
      

Jesus nos comunica o amor sobrenatural do Pai, para que no amor com que Ele nos ama possamos amar nossos semelhantes. No entanto, embora a Lei mosaica fale do amor fraterno, os escritos rabínicos não o relacionam diretamente com o amor devido a Deus. Ao contrário dos rabinos, Jesus evita toda possível ilusão de julgar que se possa amar verdadeiramente seu semelhante, sem amar a Deus. Nesse sentido, a afirmação de S. João de que “Deus é amor” não é um conceito abstrato; ela reflete a experiência de Deus como intimidade, e, portanto, como fonte de ternura e de comunhão fraterna.  
E eis que um Israelita, doutor da Lei, se aproxima de Jesus e levanta uma questão sobre a caridade, em termos abstratos: “Que devo fazer para ter a vida eterna? ”. Ele não nega o mandamento do amor a Deus e ao próximo como essencial para se chegar à vida eterna, mas não percebe bem a relação entre ambos. Por isso, para se justificar, pergunta-lhe: “E quem é meu próximo”? A resposta de Jesus é simples e direta. Através de uma parábola, Ele descreve a história de um homem que caiu nas mãos de assaltantes e é deixado no chão, ferido, semimorto. É a parábola do Bom Samaritano.    
Já no início do relato, Jesus amplia os horizontes do doutor da Lei, para quem o próximo era todo membro de seu povo, à exclusão do estrangeiro. Ora, três pessoas passaram por ali e não socorreram o homem prostrado no chão da estrada. O primeiro era um sacerdote, outro um levita, o terceiro era um Samaritano, que estava de viagem, que ao vê-lo teve compaixão dele. Aproximou-se, curou-lhe as feridas, e finalmente levou-o à estalagem próxima para que aí pudesse se recuperar. Quando voltasse, ele pagaria, então, ao dono da estalagem o que tinha despendido a mais. O fato de precisar que retornaria não é arbitrário. Ao longo do Evangelho, notadamente nas parábolas, fala-se do retorno de Cristo no fim dos tempos, quando seremos purificados e acolhidos em sua eternidade. 
Mas eis a grande novidade apresentada por Jesus, válida para todos nós: o próximo é todo aquele que encontramos ao longo do caminho, pouco importa quem ele seja, sua crença, sua raça, sua condição física e moral. Depende de nós fazê-lo nosso próximo e amá-lo no amor com o qual amamos a Deus e a nós mesmos. Então, voltando-se para o doutor da Lei, diz-lhe Jesus: “Faze isto e viverás”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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