Reflexão do Evangelho de segunda-feira 01 de agosto
Reflexão
do Evangelho de segunda-feira 01 de agosto
Mt
14,13-21 - Multiplicação dos pães (primeira)
Após a morte de João Batista, “Jesus partiu
e foi de barco para um lugar deserto e afastado”, revelando seu desejo de
manter seus discípulos mais próximos recolhidos e distantes do burburinho do
aglomerado de pessoas. Porém, ao descer do barco, Ele avista uma multidão que o
tinha seguido a pé, costeando o lago de Genesaré, atraída pelos sinais e
milagres que Ele operava nos doentes. A palavra de Jesus era alimento para o espírito,
era força que transformava e tornava seus ouvintes “sinal” profético de
solidariedade com os “pequenos”, aos quais Ele dedicava atenção privilegiada. Qual
novo Moisés, Ele conduzia o povo pelas estradas da liberdade.
Ao
pôr do sol, passeando seus olhos serenos e bondosos pelas pessoas que lá estavam,
e vendo-as famintas e em busca de sinais, “sente compaixão delas”. A noite se aproxima, a hora vai avançada. Surpresos,
alguns dos Apóstolos, que lhe tinham sugerido de despedir as pessoas, para irem
aos povoados vizinhos comprar alimento, o ouvem dizer: “Eles não precisam ir
embora. Dai-lhes vós mesmos de comer! ”. Diferentemente dos milagres realizados
ao longo de sua vida pública, que supunham a fé dos que eram beneficiados,
agora, é Ele mesmo que oferece o auxílio de Deus: seu gesto se torna oferta de
fé. Assim, pegando os cinco pães e dois peixes, apresentados pelos Apóstolos, e
após mandar todos se assentarem na grama, “Jesus ergueu os olhos para o céu e
pronunciou a bênção”.
Sua
principal intenção era alimentar, espiritualmente, todos os que lá estavam e
fazê-los participantes das fontes de imortalidade e de unidade, o que só mais
tarde os Apóstolos irão compreender. Mas, no momento, o próprio Mestre suscita
a fé em Deus e se apresenta como o anfitrião, pois tomando os poucos pães e
peixes, entrega aos Apóstolos e os manda distribuir à multidão. Narrativa que
condensa a atitude acolhedora de Jesus e a participação antecipada no banquete
messiânico: dádiva abundante, que não se limita como os profetas a uma simples
promessa.
Pasmos, os Apóstolos distribuem o alimento, sem saberem bem como tinha
acontecido a sua multiplicação. É significativa a observação do Evangelista:
“Eles não a entenderam”. No entanto, a confiança no Mestre os fortalece interiormente,
pois, vendo a fé viva e a união dos que recebem um naco de pão e alguns
peixinhos, eles reconhecem o dom messiânico de Deus, que congrega o Seu novo Povo
de Deus, simbolizado na abundância dos restos recolhidos: doze cestos, exatamente
o número das tribos de Israel.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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