Reflexão do Evangelho de terça-feira 05 de julho
Reflexão
do evangelho de terça-feira 05 de julho
Mt 9, 32-38
- A cura de um endemoninhado
Com a cura do endemoninhado, encerra-se a
descrição das obras e dos milagres de Jesus. Destaca-se também a malévola
interpretação de seus inimigos, que “vieram de Jerusalém”, enviados pelos guardiões
da Lei de Moisés, preocupados com a ortodoxia e o fato de o povo simples
acolher os seus ensinamentos. Fechados em suas convicções, eles não medem esforços
para salvaguardar a tradição e encontrar razões para explicar o que acontecia,
chegando mesmo a alegar que Ele expulsava os demônios de comum acordo com o
“príncipe deles”, Beelzebu. Apesar disso, sua fama se espalhava por toda parte
e Ele era seguido por uma multidão de pessoas.
Para Jesus, cada pessoa é preciosa aos
seus olhos. Em contraste com alguns de seus contemporâneos, que praticavam a
magia e se declaravam capazes de exorcizar, Ele utiliza o poder de sua palavra
para mostrar abertamente a todos o rosto de um Deus misericordioso. Ao
contrário do desprezo dos fariseus, Ele transmite ternura e carinho. Seu
intuito era que eles se voltassem para Deus e confiassem naquele que foi
enviado para salvá-los: mudança interior, ou seja, a conversão deles, atestada
por ações e vivificada pelo dinamismo do amor.
A
propósito desta luta interior, Orígenes fala da liberdade concedida por Deus ao
homem, “liberdade que pode conduzi-lo ao cume do bem ou precipitá-lo no abismo
do mal”. Jesus não segrega, nem deseja criar uma comunidade pura de Deus, mas
anda por toda a parte, para anunciar a boa nova do Evangelho e tornar atuante a
benevolência divina. Em seu poder, respeitando a liberdade individual, Jesus dissolve
na água viva da sua misericórdia a calosidade do coração humano, tornando-o
sensível à beleza da criação, aos sofrimentos e às dores do seu semelhante. Sem
se prender ao passado pecaminoso de cada um, Ele quer a salvação e o bem da
humanidade, libertando o homem do mal, para introduzi-lo em seu Reino de amor,
de paz e de justiça: de uma forma graciosa, a natureza humana já participa do
poder de sua ressurreição.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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