Reflexão do Evangelho de segunda-feira 18 de julho
Reflexão
do Evangelho de segunda-feira 18 de julho
Mt
12,38-42 - O sinal de Jonas
Atenta,
a multidão ouvia Jesus falar que o amor a Deus e aos homens era mais importante
do que as múltiplas tradições e prescrições, estabelecidas pelos fariseus e
escribas. Em sua incredulidade, estes o rejeitavam e deixavam transparecer sua
aversão por Ele, o que podia refletir uma ponta de inveja, porque até então
eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia. Não
obstante isso, eles lhe pedem um sinal do alto.
A resposta de Jesus, calma e desafiadora,
remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição.
O povo de Nínive, descrito em seu processo de penitência e conversão, simboliza
o povo libertado por Deus. Porém, fitando os que lá estavam, sem titubear, Ele
os compara a uma geração adúltera e perversa. Ao ouvi-lo, os olhos deles se
enchem de espanto e, indignados, resmungam entre si: “Não é possível. Essas
palavras não podem ser aceitas em silêncio”. Mas sem se alterar, Jesus continua
a anunciar a vitória da graça divina, manifestada na força de sua Palavra, “que,
no dizer de Orígenes, não eram dons corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas
sim o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”.
Jesus
rejeita a casuística judaica, como também algumas interpretações da Lei, que se
tornavam um peso insuportável para as pessoas, pois a desviavam de seu
verdadeiro sentido: a misericórdia de Deus para com o seu povo. Nesse sentido,
suas orientações, no sentido estrito da palavra, não são normas jurídicas, mas princípios
fundamentais, que visam nortear o agir dos discípulos nas situações diversas,
que enfrentariam ao longo da missão evangelizadora. No entanto, por não
reconhecerem sua autoridade, os fariseus e escribas não acolhem seus
ensinamentos e enxergam seu comportamento como sendo incompreensível;
escandalizados, afastam-se com ares ameaçadores. Os que creem nele, guiados pela
liberdade da fé, que descerra a cegueira interior do coração, estreitam-se em
torno dele. A esse respeito, comenta S. Pedro Crisólogo: “Aos judeus que pediam
um sinal, Ele decidiu dar um único sinal, para que eles soubessem que a glória
messiânica é transferida às nações, a todos os povos”.
Àquela
altura, Jesus exorta os presentes a acolher sua Palavra, para que, uma vez
convertidos, sejam perdoados e reconciliados com Deus, assim como o povo de
Nínive, diante da pregação de Jonas. Pois, aos que o ouvirem, Jesus promete da
parte de Deus: a garantia de salvação e de libertação, dando-lhes a
possibilidade de acolher ou não, em sua pessoa, o Reino de Deus. Trata-se de
uma decisão: converter-se ou não. A conversão aqui aparece como confiança nele,
que torna palpável a todos os seres humanos a misericórdia divina, na qual
todos têm um novo início e uma nova esperança.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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