Reflexão do Evangelho de sábado 16 de julho
Reflexão
do Evangelho de sábado 16 de julho
Mt 12,
46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus
A multidão é grande. A mãe de Jesus e
seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles
e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para indicar como
seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai que está nos
céus. E com uma intenção bem precisa, pergunta-lhes: “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos?”. Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para
afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade
espiritual a todo parentesco corpóreo”. As palavras do Mestre, dirigidas aos
discípulos, visam convocá-los a fazer parte da Aliança, tornando-os membros de
uma nova família, a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.
Se a grandeza de Maria repousa sobre o
fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais ainda por causa de sua fé, que
atinge nela tal profundidade e intensidade, que a concepção de Jesus torna-se
uma resposta benevolente da misericórdia divina à sua vida de oração e de
entrega total à vontade do Pai. Assim como “o Espírito Santo, escreve S. Cirilo
de Alexandria, personaliza a santidade divina, Maria personaliza a santidade
humana”.
Acontecimento maravilhoso e culminante
da história da salvação, atestado por S. Lucas no início do Evangelho: “O Espírito
Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo armará sua tenda em ti (episkiásei soi); por isso o Santo que
nascer será chamado Filho de Deus” (1,35). Ao armar nela sua tenda, o Espírito
divino a erigiu em figura da Igreja, pois sendo Maria inseparável da pessoa e
da obra do seu Filho, que nela assumiu nossa humanidade, ela aparece como Mãe
do corpo todo de Cristo, que abarca a humanidade: por Jesus de Nazaré, o Filho
de Deus fez-se um de nós, em tudo, menos no pecado.
Em
sua resposta ao Anjo: “Faz-se” (fiat),
e em sua declaração: “Eis a serva do Senhor”, Maria expressa sua fé, numa
entrega confiante, sem reservas, a Deus, manifestando, dessa maneira, estar
pronta para receber o dom gratuito e pleno de Deus: seu Filho, que nela se
encarna. Nesse sentido, observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai
e a fez inteiramente; por isso, vale mais para Maria ter sido discípula de
Jesus do que sua Mãe. Feliz era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em
seu coração”.
Da
mesma forma, na medida em que acolhemos a Palavra de Deus e ela se efetiva em
nós, tornamo-nos membros dessa família espiritual, da qual Maria é a Mãe. Cristo
é “o caminho” e “a porta”; Maria antecipa a humanidade e, qual “coluna de
fogo”, guia todos os que seguem o Filho à nova Jerusalém.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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