Reflexão do Evangelho de sexta-feira 08 de julho
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 08 de julho
Mt 10,
16-23 - Os missionários serão perseguidos
Os discípulos não deveriam alimentar
ilusões: a missão que Jesus lhes confiava teria momentos de alegria e de
convivência com aqueles que acolheriam a sua mensagem, mas também momentos de
perseguição e de ódio por causa do seu nome. Na realidade, por proclamarem a
mesma mensagem que Ele, com palavras e ações, eles deviam estar preparados para
receber igual reação dos seus inimigos. Ao contrário do bem, o mal não deixa de
ser violento. Daí suas palavras de alerta: “Eis que vos envio como ovelhas
entre lobos”.
Certamente, até os discípulos mais
corajosos tremeram diante das palavras do Mestre, que os alerta das duras
provas às quais eles serão submetidos em sua missão. Mas para consolá-los, Ele assegura-lhes
que não os abandonará. E não só. Ele lhes enviará o Espírito Santo, que haverá
de sugerir-lhes o que devem dizer em sua defesa. Por conseguinte, eles deverão permanecer
serenos e prontos para afrontar o “juízo” com resolução, na certeza de que o testemunho
dado clamará em favor deles diante do tribunal de Deus.
Assim, pouco a pouco, os Apóstolos começam
a compreender que as palavras do Mestre não são dirigidas apenas a eles, mas a todos
os seus seguidores, de todos os tempos, chamados não simplesmente a segui-lo,
mas a viver a sua mensagem e a agir em seu nome. Observa S. Agostinho: “O
Senhor pensava não só nos que lá estavam, mas nos outros que viriam depois
deles, e via todos em seu único corpo”.
Em
outras palavras, ser seu discípulo é partilhar de seu destino, de seus
sofrimentos e de sua glorificação; é tornar-se um homem novo, já não mais só,
mas um “homem revestido de Cristo”. E por ser Cristo, no dizer do Apóstolo S.
Paulo, “o novo Adão”, ou seja, aquele que manifesta a nossa humanidade em sua
forma a mais autêntica, seu seguidor, unido a Ele, se reconhece como ser humano
e filho de Deus a caminho de sua plena realização.
Obviamente,
essa experiência é vivida pelo discípulo, que, ao prolongar na história a missão
e a ação salvadora do Mestre, carrega consigo o testemunho da vitória contra o
pecado e atesta que o destino de todos, independentemente do pecado e da
corrupção, é a glorificação e a comunhão na unidade do Deus Trino: a morte e a ressurreição
de Jesus, fonte de vida, inauguram a verdadeira nova criação de Deus. Para S.
Máximo essa renovação do homem e de toda a criação se funda “na unidade entre a
natureza divina e a natureza humana em Cristo”, realidade participada por todos
os que o seguem. Essa sublime afirmação é apresentada pelo Apóstolo S. Pedro,
em sua segunda Epístola: “O poder divino vos deu todas as condições necessárias
para a vida e para a piedade (...), a fim de que assim vos tornásseis participantes
da natureza divina”. (2Pd 1, 3-4).
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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