Reflexão do Evangelho de quarta-feira 13 de julho
Reflexão
do Evangelho de quarta-feira 13 de julho
Mt
11,25-27 - Evangelho revelado aos
simples
No tempo de Jesus, se a oração dirigida a
Deus como Pai era excepcional, nele, como relata os Evangelhos, ela é comum, o
que revela evidentemente a lembrança que os Apóstolos tinham da atitude do
Mestre em relação a Deus. Um modo simples, espontâneo e natural, que permaneceu
bem presente no coração deles e que se tornou comum nas orações da Igreja, desde
seus inícios.
Jesus
rende graças ao Pai, porque diz Ele: “Escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes e as revelaste aos pequeninos”. E, mais adiante, acrescenta:
“Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e
aquele a quem o Filho o quiser revelar”. O verbo conhecer, em seu sentido
bíblico, exprime união interior tanto no pensar como no querer entre aquele que
conhece e aquele que é conhecido. Assim, ao afirmar que conhece o Pai, Jesus
manifesta uma intimidade, uma comunhão total e perfeita com o Pai, que é fonte
de vida para todos os membros da comunidade.
Este conhecimento do Pai é transmitido por Jesus
a quem lhe apraz. Não de modo arbitrário, mas aos que se dispõem interiormente:
a união com o Pai se realiza não independentemente da cooperação do homem com
Deus. Ora, os chefes e doutores da Lei, que se ocupavam profissionalmente de
Deus, atinham-se a uma multiplicidade de prescrições e normas, e não eram capazes
de se abrirem à revelação do Pai, pois, em seu orgulho intelectual e frieza de
coração, fechavam-se para as coisas de Deus e de seu Reino. Ao invés, esses segredos
do Pai são revelados pelo Filho aos pequenos e humildes, que, na simplicidade,
abrem seus corações a Deus e à sua vontade. Neles, cumpre-se a Bem-aventurança,
na qual Jesus proclama felizes os puros de coração porque eles verão a Deus.
Por
conseguinte, ao ouvirem e acolherem as palavras de Jesus, os simples e pequenos
são introduzidos na intimidade da vida de comunhão entre o Pai e o Filho, que
lhes concede viver como Aquele que os ama: doando-se a todos. No dizer de São
Gregório de Nazianzo, “o Senhor se faz pobre; suporta a pobreza de minha carne
para que eu alcance os tesouros de sua divindade. Ele tudo tem, de tudo se
despoja; por um breve tempo se despoja mesmo de sua glória para que eu possa
participar de sua plenitude”. Eis a maior riqueza comunicada pelo amor
transbordante de Jesus ao ser humano: fazer parte da vida íntima do Pai, sendo
misericordioso como Ele é misericordioso.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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