Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 26 de outubro



Reflexão do Evangelho
Quarta-feira, 26 de outubro
Lc 13, 22-30 - A porta estreita


    A caminho de Jerusalém, alguém pergunta a Jesus: “Senhor, é pequeno o número dos que se salvam? ” Sua resposta mostra que o mais importante não é saber quantos entrarão no Reino de Deus, mas é decidir-se por Deus, que deseja a integração de todos, na unidade e totalidade da humanidade. E com autoridade, não como os escribas e doutores da Lei, responde-lhes: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. O interlocutor, diz S. Cirilo de Alexandria, “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. Ao se referir à porta estreita, Ele está indicando, destacam os Padres, a “porta do céu”, que só pode ser transposta por uma fé firme em Deus e por uma adesão a Ele, que transmite, de uma maneira muito humana, uma experiência religiosa de profunda intimidade com o Pai. Esta é “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, que se abre para os átrios divinos. 
        O Evangelho identifica a vida humana de Jesus com as palavras e ações do Pai, fato que leva muitos a exclamar: “Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou seu povo” (Lc 7,16). Mas é Ele mais do que um profeta e, mesmo, mais do que o Templo (Mt 12,41; 12,6); na unidade de ser e de ação com o Deus único, Ele é o mensageiro dos últimos tempos: Ele é Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho unigênito, nosso Senhor.
Por conseguinte, a porta decisiva é o próprio Jesus, cujo desejo é que todos ouçam o seu apelo, abracem a sua mensagem e, dessa maneira, possam passar por ela. Porque não basta dizer: “Comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas praças”; para alcançar a felicidade e o bem, é preciso acolher o Mensageiro da última chance de a humanidade receber a salvação. Nesse sentido, S. Agostinho escreve que “o alimento que se come e se bebe, ao longo do caminho da vida, é Cristo, o Cordeiro imaculado”, que veio para todos. De fato, no versículo final: “Eis que há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”, Jesus fala de uma salvação integral, que inclui a eleição dos que hão de vir, os povos pagãos, sem excluir os israelitas, que continuarão a ser os primeiros. 



Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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