Reflexão do Evangelho do dia 01 de Setembro de 2013
Domingo – 01 de setembro
Lc 14, 1.7-11: Escolha de lugares
Ao invés de simplesmente dar um
conselho aos Apóstolos sobre a escolha do lugar no banquete, Jesus aproveita a
ocasião para narrar uma parábola sobre a humildade. Recomenda-lhes escolher o
último lugar. Inspirado por estas palavras, Padre Foucauld confessa: “Eu tenho
repugnância extrema por tudo o que me leva a me distanciar do último lugar”. E,
num sentido profundamente religioso, ele acrescenta: “Desçamos o mais possível,
como o Verbo, como Jesus; estabeleçamos, definitivamente sobre a terra, nosso
lugar entre os menores. Permaneçamos no último lugar”. As palavras de Jesus
despertam uma atitude de simplicidade e humildade, contrastando com as dos fariseus,
desejosos de ocupar os primeiros lugares, pois o objetivo do Mestre é conduzir os
ouvintes, destaca S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta
e digna de louvor, e a não serem sequiosos de vanglória, como muitos
demonstravam no banquete”. Traça-se, assim, uma clara distinção entre os
humildes e os que, ávidos por glórias humanas, procuram afoitamente os primeiros
lugares.
A seguir, uma nova advertência é feita
por Jesus: “Todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será
exaltado” (v.11). De fato, o Evangelho busca transformar o velho em novo homem,
anunciado no hino entoado por Maria Santíssima no Magnificat: “Depôs poderosos
de seus tronos e a humildes exaltou” ( Lc 1,52). É o mistério pascal anunciado pelo Apóstolo S.
Paulo: “Tende em vós as mesmas disposições de espírito que tinha Jesus Cristo”
(Fil 2,5-11), em sua Encarnação e em sua Morte redentora.
Para o cristão, a alegria interior é fazer
parte do mistério da humildade, pois, lembra S. Irineu, “a recompensa de cada
um será dada no dia da festa dos justos, quando os pobres terão uma mesa
preparada diante de Deus, que os nutrirá com todo tipo de iguaria”. De antemão,
Deus não exclui do banquete quem quer que seja. Ao convidar os povos e nações,
comenta S. Cirilo de Alexandria, “Deus prepara em Cristo os dons destinados a todos
os habitantes da terra”. Pois, como dono da festa, observa S. Ambrósio, “ele
ordena que entrem os bons e os maus, para aumentar o número dos bons, para
aperfeiçoar as disposições dos maus, e assim se realizem as palavras: os lobos
e os cordeiros pastarão juntos” (Is 65,25). Visão ampla e misericordiosa de
Deus, que na parábola dos convidados manda buscar os que estão fora, na praça, os
pecadores, para que também eles participem da festa e possam trilhar o caminho
estreito, cruzando a porta da vida. Ele manda chamar, pelas estradas e sebes,
todos os que se encontram caminhando pela estrada da boa vontade, a fim de conduzi-los
às realidades futuras do banquete celestial.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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