Reflexão do Evangelho do dia 30 de Agosto de 2013
Sexta-feira – 30 de agosto
Mt 25, 1-13: Parábola das dez virgens
A parábola das dez virgens, algumas
prudentes e outras não, usa um simbolismo apocalíptico para despertar nos
ouvintes o interesse sobre a instrução de como viver em preparação para a vinda
futura do Senhor. A propósito, alertamos sobre o risco de interpretar os
relatos apocalíticos em nível descritivo, sobretudo, quando eles se referem a catástrofes
e acontecimentos extraordinários. O fim dos tempos supõe um processo e uma
história, cujo fio condutor é a verdade do plano salvador de Deus. Para bem
compreendê-lo, é necessário situá-lo na ordem da confissão ou da experiência de
fé, pois, dependendo exclusivamente da manifestação de Deus, ele permanece
suspenso nEle e é apreendido pela fé. Os primeiros cristãos o denominavam de “o
dia da manifestação plena de Deus”.
A
parusia será o grande e solene encontro da humanidade com Cristo, descrito como
uma festa de núpcias ou um banquete. Ninguém é excluído. Todos são convidados a
participar dele, com a condição de trazer uma lâmpada, símbolo da vigilância
ou, no dizer de S. Agostinho, “sinal das boas obras realizadas com coração
puro”. Na esfera da vida espiritual, trazer
a lâmpada acesa significa conservar a “sobriedade” (nepsis) e “o coração atento”
às realidades espirituais, prova de ter atingido o estado de integridade e de
terem sido alijados do seu coração o pecado e a dispersão interior, causas de desordem
e confusão espiritual.
S.
Gregório de Nissa considera que as virgens tolas “não tinham em suas almas a
luz que é o fruto da virtude, nem no pensamento a lâmpada do Espírito. São
chamadas de insensatas, porque a virtude é alcançada e vivida antes da chegada
do Esposo”. As que possuem candeias iluminadas revelam estar preparadas espiritualmente
para participar do banquete à mesa do Senhor. Seu desejo é que todos, mantendo-se
vigilantes e íntegros, participem do banquete. O mundo é chamado à vida e a verdadeira
alegria envolve a todos, pois todos estarão celebrando o “retorno de Cristo”,
dia de purificação, em que todo segredo é manifestado e cada um reconhecerá,
inscrito no livro da vida, o seu nome, a sua identidade em Deus, segundo quem
realmente ele é.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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