Reflexão do Evangelho do dia 02 de Agosto de 2013
Sexta-feira – 02 de agosto
Mt 13, 54-58: Jesus em Nazaré
Jesus encontra-se na sinagoga de sua
cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos
tinham ouvido falar de seus ensinamentos e dos milagres realizados por ele. Jesus
perscruta os corações e, percebendo a incredulidade enraizada no coração de
seus ouvintes, volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e levá-los à
conversão. Diante da resistência recalcitrante de seus ouvintes, ele eleva sua
voz e, em tom mais severo, declara que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra,
nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo
contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel. Para
exemplificar, ele cita Elias, que foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na
região da Sidônia, enquanto tantas outras viúvas viviam em Israel; também
recorda que, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel,
todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras os
deixam atônitos e lhes parecem ofensivas, pois, naquela época, os judeus julgavam
os gentios, isto é, os estrangeiros como pessoas distantes de Deus e, por
conseguinte, excluídas da Aliança divina. O Evangelista relata que “diante
destas palavras, todos na sinagoga se enfureceram”.
Mas Jesus não se intimida. Pelo
contrário. Refletindo indignação, ele os declara cegos perante a misericórdia
de Deus e de seu plano de salvação para todos os povos. Com efeito, considera
Orígenes, “ele acabara de ler uma profecia sobre a salvação realizada pelo
Messias. Salvação que irrompia agora no mundo através do seu ministério. Era o
ano da graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população leva-o a não
realizar milagres, conforme comenta S. Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos
constrangidos pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os
homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos,
comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”. Então, exclama S. Cirilo de Alexandria,
“Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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