Reflexão do Evangelho do dia 13 de Agosto de 2013
Terça-feira – 13 de agosto
Mt 18, 1-5.110.12-14: Quem é o maior?
No surgimento da Igreja, o Apóstolo S.
Pedro recebe do Senhor diversos sinais de preeminência, o que poderia
despertar, entre os Apóstolos, certa rivalidade. Não esqueçamos, observa S.
Jerônimo, que os demais “Apóstolos tinham visto que Pedro e o Senhor pagaram o
mesmo tributo” devido ao Templo. Tiago e João foram escolhidos com Pedro para
serem testemunhas da Transfiguração. Eles já o tinham sido da ressurreição da
filha de Jairo. Vem, então, muito a propósito a curiosidade dos discípulos,
“que se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: Quem é o maior no Reino dos
Céus?”
Em todos os tempos, o desejo de
grandeza e de glória encontra guarida em muitas mentes. Mas nada escapa ao
olhar atento de Jesus. Por isso, querendo formá-los, ele adverte que para
partilhar da sua glória é necessário passar pela cruz. De imediato, eles não o
entendem, pois era forte entre eles a concepção da vinda gloriosa do Messias.
Jesus não desiste. Em sua paciência, escreve S. Jerônimo, ele “quer purificar,
por meio da humildade, o desejo de glória manifestado por eles”. Ele se
assenta, como no sermão da Montanha, e profere um solene apelo, pois não se
trata simplesmente de uma situação hierárquica. O essencial não é o lugar que
eles ocuparão junto a ele, mas é possuir a condição necessária para entrar no
Reino de Deus. E esta consiste, acentua S. Gregório de Nissa, “no serviço,
compreendido como atitude de quem segue o Mestre e abraça como sentido de sua
vida o amor a Deus e ao próximo”.
É
no amor, expresso no serviço, que o discípulo participa da realidade de Deus.
Para tanto, há uma exigência, a de conversão, mudança no modo de pensar e de
ser. Daí o fato de Jesus dizer: “Se alguém quiser ser o primeiro seja o último
e aquele que serve a todos”. E exemplifica suas palavras, tomando uma criança e
colocando-a no meio deles. “Neste gesto, diz Orígenes, ele simboliza a
humildade, obra do Espírito Santo” na vida de quem o segue. A figura das
crianças é comentada por S. Hilário que observa: “Por crianças, o Senhor
significa todos os que nele creem pela fé, após tê-lo escutado. Pois serão como as crianças, que seguem
seu pai, que amam sua mãe e têm por verdadeiro o que lhes é dito”. Então, em
sua vida, brilhará a humildade do Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário