Reflexão do Evangelho do dia 29 de Agosto de 2013


Quinta-feira – 29 de agosto

Mc 6, 17-29 - Morte de João Batista

         

O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz.

Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o advertia de seu erro. Observa São Pedro Crisólogo: “A virtude torna-se indesejável para aqueles que são imorais; a integridade é motivo de sofrimento para os corruptos; a misericórdia é intolerável aos cruéis”.

Orígenes descreveu os últimos momentos da vida de João Batista, mostrando que o profeta morreu com a certeza de dever cumprido: “João reprovava Herodes com a liberdade de um profeta. Levado à prisão por causa disso, não temia a morte, mas somente pensava no Cristo que ele tinha anunciado. E não podendo ir ao seu encontro, envia dois de seus discípulos para interrogá-lo: ‘És tu aquele que deve vir?’. Os discípulos retornam, relatando ao seu mestre o que o Salvador tinha dito. Então, João, armado para o combate, morre com segurança”.

O poder de Deus é amor, e o amor quer a liberdade do amado. Tudo depende da decisão pessoal de cada um. É o admirável apelo à conversão, ao qual Herodes permaneceu insensível. Com sua morte, João Batista proclama que a fé ultrapassa os conceitos meramente humanos e se concretiza, antes de tudo, na comunhão com o Deus vivo. Em Deus o pecado é banido e a morte é vencida. A vitória é da vida, da vida nova em Jesus.  

          Será que estamos prontos para morrer por Jesus, por Sua verdade e por Sua justiça? Para isso é importante ter uma consciência esclarecida e uma vontade vigorosa. Só assim reconheceremos o pecado e rejeitaremos decididamente o mal. Ao escolher o bem, estaremos “procurando a santidade, sem a qual ninguém pode ver a Deus” (Hb 12,14).

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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