Reflexão do Evangelho do dia 25 de Agosoto de 2013
Domingo – 25 de agosto
Lc 13, 22-30: A porta estreita
À pergunta
feita a Jesus sobre o número dos que se salvam, a resposta é: “Esforçai-vos por
entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não
conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber
se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz
à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial, fala do conhecimento necessário
para entrar pela porta estreita. Neste sentido, os Santos Padres dizem estar
Ele indicando a “porta do céu”, só podendo ser transposta por uma fé firme e
uma moralidade isenta de mácula. De fato, ela é verdadeiramente “a nossa
porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos e que se
abre para o átrio divino. Ela permanece aberta, desde que o nosso Redentor
entrou por ela conduzindo-nos em seu seguimento.
S.
Jerônimo nos diz que passar por ela significa estar vigilante “para o dia do
Julgamento, o que exige de nós a necessidade de mantermos constantemente a
lâmpada acesa pela luz de nossas boas obras”. S. Cirilo de Jerusalém destaca a
exigência do jejum, para se passar pela porta estreita, “graças ao qual se
rechaça com energia a perdição”. A porta ampla é reservada aos que, por seu
comportamento pecaminoso, ignoram a Lei. No entanto, as palavras de Jesus:
“Afastai-vos de mim, vós todos, que sois malfeitores!”, não expressam uma
rejeição definitiva dos pecadores. Constituem um apelo para que “mudem a
direção do caminho trilhado por eles” e possam igualmente passar pela porta
estreita. Para S. Agostinho “o alimento que se come e se bebe, ao longo do
caminho da vida, é Cristo, o Cordeiro imaculado. Oxalá, todos dele se alimentem
de modo a não merecerem o castigo”!
O
texto termina com a afirmação de que “os últimos serão os primeiros e os
primeiros serão os últimos”, anunciando a eleição dos povos pagãos. A expressão
“há primeiros” é partitiva, o que sugere a existência de outros primeiros,
também israelitas, os quais, por sua adesão a Cristo, continuarão a ser os
primeiros. Igualmente, os últimos, os pagãos, nem todos serão, automaticamente,
admitidos na Aliança de Abraão.
“Senhor,
ajudai-me a confiar sempre em vossa graça salvadora. Dai-me coragem e força
para resistir às tentações, sobretudo, às de não me comprometer e ser
indiferente à vossa Palavra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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