Reflexão do Evangelho do dia 12 de Agosto de 2013


Segunda-feira – 12 de agosto

Mt 17, 22-27: Segundo anúncio da Paixão

 

          O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Nesse momento, a missão do Mestre não lhe era ainda conhecida, em toda sua extensão, tornando difíceis as palavras seguintes pronunciadas por ele, prenunciando seu sofrimento e sua morte dolorosa. Menos assimiláveis foram as palavras que se referiam à sua paixão, apresentada como lei espiritual válida para todos os seus discípulos, que seriam submetidos ao martírio.

O segundo anúncio dá-se após o momento de glória no Tabor. Narra S. Cirilo de Alexandria: “Lá, Jesus se transfigurou diante deles, seu rosto resplandecia como o sol. Mostrou-lhes a glória com a qual, no tempo devido, ele ressuscitaria dos mortos. Prepara-os para que a hora da cruz e de sua morte não fosse ocasião de escândalo”. Apesar desse gesto carinhoso do Senhor e embora Pedro, deslumbrado, tenha externado o desejo de perpetuar aquele momento, os Apóstolos, também agora, estranham suas palavras a respeito de sua paixão. Ficam entristecidos por não entenderem a razão do seu sofrimento e do papel que irão desempenhar em tal acontecimento.      

A compreensão deles não é imediata, mas lenta, limitada e com sinais de dificuldades pessoais. Só mais tarde, graças ao Espírito Santo, eles irão compreender que foi justamente em sua morte que o Filho de Deus se uniu profundamente ao ser humano, identificando-se com ele na solidão da morte de cruz. Então seus olhos interiores, maravilhados, irão reconhecer que o modelo eterno e imortal se une com a imagem pecadora e mortal, conduzida à sua restauração pela glória da ressurreição do Senhor.

Após a Ascensão do Mestre e a vinda do Espírito Santo, os Apóstolos anunciam Jesus como centro dinâmico da vida da Igreja e, segundo S. Irineu, da história da humanidade. Cumprem-se suas palavras: “Quando eu for elevado atrairei todos a mim”. Nele, eles encontram sua realização e se tornam suas testemunhas, dando sua vida pela verdade, na experiência da morte do Mestre, prelúdio da ressurreição da humanidade e alimento da esperança de comunhão eterna.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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