Reflexão do Evangelho do dia 18 de Agosto de 2013
Domingo – 19 de agosto
Lc 1, 39-56: Assunção de Nossa Senhora
Em 1950, confirmando um culto e uma
devoção antiguíssimos, o Papa Pio XII proclamou solenemente o dogma da Assunção
da Santíssima Virgem Maria, em corpo e alma, aos céus. Festa hoje solenemente
celebrada. Maria é solidária a seu Filho em tudo, acompanhando-o em sua missão
e, também, enquanto Ele é as primícias da Redenção. Ademais, a Assunção vem
coroar os privilégios concedidos a Maria, já manifestados em sua Imaculada
Conceição.
Nessa passagem do Evangelho, ao
iniciar o relato com a expressão “naqueles dias”, S. Lucas designa os
acontecimentos primordiais, remetendo seus leitores às origens da fé e,
igualmente, à prontidão, disposição constante de Maria, refletida no fato de
ela ir imediatamente à casa de Isabel para servi-la. S. Bento comenta: “Maria
vai no passo alegre da obediência e na agilidade do temor de Deus”. A mesma
ideia é frisada por S. Ambrósio ao dizer: “Maria é movida pela alegria de
servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do
júbilo. Repleta de Deus, como não alcançaria vivamente os cumes da caridade? O
dom do Espírito Santo ignora toda demora!”
Maria parte com a prontidão da
caridade. Abrem-se os olhos interiores de Isabel e ela vislumbra uma luz que
ninguém poderá obscurecer, pois a criança em seu seio estremece e “ela ficou
cheia do Espírito Santo”. Uma grandeza inefável se realiza em seu ventre, o
filho João é santificado, o que leva Orígenes a proclamar: “A voz da saudação
de Maria, que chega aos ouvidos de Isabel, plenifica João com o Espírito
Santo”. Por isso, “João estremeceu e a mãe se torna como que a boca do filho.
Ela profetiza exclamando: ‘Tu és bendita entre as mulheres, e o fruto de teu
ventre é bendito’”.
Maria é portadora de Jesus, mas também
do Espírito Santo, tanto na Visitação, quanto em Pentecostes. Escreve S.
Ambrósio: “Maria age por caridade e nos indica uma regra de vida. Pois é
preciso notar que neste episódio é o superior que vem ao inferior para ajudá-lo:
Maria vem a Isabel, Cristo a João. Assim, mais tarde, o Senhor virá no batismo
de João para santificá-lo”. Maria conduz seu filho Jesus. Já no seio materno, Ele
se revela Pessoa em comunhão, pois a humanidade, colocada em contato com “o
fogo” da divindade, é como a de João purificada e santificada.
Em previsão da Encarnação, Maria é a
Imaculada Conceição, repleta do Espírito Santo, cumprindo-se o que o anjo
dissera: “A sombra do Altíssimo te cobrirá”. Ela anuncia o advento do Espírito
Santo que, soberanamente livre, nos unirá a Jesus. Concedido, de modo especial,
em Pentecostes, o Espírito divino torna-nos manifestação do Filho, cujo modelo
exemplar é Maria, que, ao despertar em nós o desejo de alcançar a comunhão com
Cristo, provoca nossa ascensão espiritual. Desejo de comunhão insaciável no
desvendamento eterno do amor e da beleza divina!
Portanto, a esperança que palpita em
nossos corações já é realidade em Maria, que, precedendo-nos na glória do Pai,
sussurra aos ouvidos de nossa alma: a felicidade da comunhão eterna já veio até
nós no amor daquele que nela se encarnou. Agraciada por Deus, a mãe do Filho do
Altíssimo aguarda-nos junto a Ele, em seu corpo glorioso. N. Senhora da
Assunção, rogai por nós!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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