Reflexão do Evangelho de domingo 02 de outubro
Reflexão do Evangelho de domingo
02 de outubro
Lc 17, 5-10 – Servir com
humildade
Muitos são os projetos de
vida que pretendem conduzir o mundo à salvação definitiva. Porém, segundo o
anúncio profético, esse objetivo só pode ser atingido graças à ação benevolente
e misericordiosa de Deus, único que tem o poder de vencer a morte e conduzir
todos à unidade no amor. O estado de salvação, que não é compreendido
simplesmente como “salvação da alma”, se realiza na medida em que se estabelece
a relação harmoniosa de uns com os outros, e dos homens com Deus. Com efeito,
Jesus, presença do amor misericordioso do Pai, empenha suas forças para que
seus discípulos evitem cair no proselitismo, guiados por uma visão egoísta e
discriminatória, mas se sintam profundamente solidarizados, colocando-se a
serviço de um “ecumenismo” religioso, social e político: eles significam a
vinda do Reino de Deus.
No desejo, porém, de se
tornarem mais fortes na fé, os Apóstolos suplicam ao Senhor: “Aumentai a nossa
fé”. Sem negar-lhes o pedido, o Senhor lhes apresenta uma exigência: fustigar a
arrogância, a atitude altiva e desdenhosa, e ser humilde no serviço. Fala-lhes,
então, do patrão que diz ao servo, após ter trabalhado o dia todo: “Prepara-me
o jantar e serve-me, até que eu tenha comido e bebido; depois, comerás, por sua
vez”. O servo, simples e disponível, não alimentando qualquer pretensão, age de
modo desinteressado e dá o melhor de si mesmo.
No entanto, Jesus
recomenda-lhes que não se deixem ensoberbecer pelo que hão de fazer, mas, como
servidores, sejam animados por uma atitude religiosa e espiritual, que não lhes
permita estabelecer condições, nem colocar limites ao dom recebido de Deus, pois
o próprio Filho se fez “servidor” e foi “entregue” por nós, corpo e alma, até à
morte e morte de cruz.
O distintivo cristão reflete
a praxe da vida de Jesus, que manifesta bondade e compaixão para com seus
semelhantes, e é misericordioso até para com os inimigos e ingratos. É essa
energia que sustenta a vida dos discípulos e os torna profundamente humanos,
capazes de unir todas as pessoas; Deus é apresentado, não apenas como aquele
que conserva o mundo, mas como uma força em favor da verdadeira humanidade: é o
amor, que vence toda opressão de natureza ideológica e permite que todos,
reconhecendo-se irmãos, encontrem a salvação definitiva.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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