Reflexão do Evangelho de domingo 11 de setembro
Reflexão do
Evangelho de domingo 11 de setembro
Lc 15, 1-10 - Parábola
do filho pródigo
Uma das mais
belas passagens do Evangelho é a parábola do filho pródigo, na qual se descreve,
em detalhes, a conduta de dois filhos e o sentimento do pai em relação a cada
um deles. O intuito de Jesus é revelar Deus como um Pai misericordioso, solícito
e pronto a perdoar e a acolher em sua inesgotável bondade os pecadores
arrependidos. O que importa, dentro do hoje da conversão, é o novo nascimento.
À atitude amorosa
do pai opõe-se a reação áspera e egoísta do irmão mais velho, que demonstra
certo desprezo pelo pecador, chamando-o não de irmão, mas dizendo ao pai:
“Agora que esse teu filho voltou”. Para o pai, o retorno é motivo de uma grande
festa. Assim, apesar de o filho mais jovem ter esbanjado o dinheiro, que ele
lhe tinha dado, o pai dedica-lhe um amor inquebrantável e generoso.
Longe, em terras estrangeiras, o filho mais jovem não deixa de sentir
as marcas do amor do pai, presentes em seu coração. Humilhado, mas arrependido,
ele retorna à casa paterna, decidido a declarar sua culpa. Ainda distante, ele vislumbra
o vulto do pai, que ao percebê-lo corre ao seu encontro. Sua emoção é enorme! A
caminho da casa paterna, tantas ideias tinham passado por sua cabeça; imaginava
declarar a sua culpa, pedir perdão, prostrar-se aos pés de seu pai. Mas o pai
não deseja moralizar ou prescrever modos de agir; quer simplesmente acolhê-lo.
O filho não consegue nem mesmo chegar ao final de suas primeiras palavras, previamente
preparadas, pois “ao vê-lo, o pai se encheu de compaixão e se lançou ao seu
pescoço, cobrindo-o de beijos”. Sua misericórdia precede todo arrependimento.
Durante meses, os
olhos do pai passeavam pelos campos, perscrutando o horizonte, à espera do
filho. Um dia, já cansado de mirar as colinas distantes, ele vê um vulto que se
aproxima e ao reconhecer ser o filho esperado, vai ao seu encontro, abraça-o e
o reconduz ao aconchego do lar. Grande é sua alegria, “porque seu filho perdido
e reencontrado se tornava mais querido, pois reencontrado. Um pai, mais pai que
Deus, não há; um mais terno, não há. Tu que és seu filho, saibas que mesmo após
ter Ele te adotado, se tu o abandonas e voltas nu, Ele te receberá: Ele se
alegrará ao te rever” (Tertuliano).
O perdão é tão
evidente, que o pai não necessita dizer nada. Suas ações falam mais alto e
claramente: ele manda revestir seu filho de roupas bonitas; coloca o anel em
seu dedo e ordena que preparem um banquete em sua honra. A solicitude do pai,
sua bondade e ternura confundem o filho mais velho, que voltava do trabalho,
pois a misericórdia do pai lhe é incompreensível. Por sua vez, o filho pródigo
toma sempre mais consciência do privilégio de ser membro daquela família.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
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