Reflexão do Evangelho de segunda-feira 12 de setembro





Reflexão do Evangelho de segunda-feira 12 de setembro
Lc 7,1-10 - A cura do servo do centurião

Os milagres realizados por Jesus são prodígios de bondade e de misericórdia, que visam atender a necessidade das pessoas e proclamar a libertação do pecado e da morte. O Senhor os realiza não para satisfazer a exigência, apresentada pelos doutores da Lei, de mostrar um sinal, que legitimasse sua missão profética, mas sim para anunciar a inauguração de uma nova vida na verdade do seu amor.
Na narrativa de hoje, Jesus cura o servo de um centurião romano, que lhe suplicava: “Meu criado está deitado em casa, paralítico, sofrendo dores atrozes”. Como em outras ocasiões, constata-se a existência da fé naquele que intercede pelo doente; não se fala propriamente que a fé seja um pressuposto do milagre, mas claramente se declara que o milagre é um apelo à fé: a missão de Jesus é, então, compreendida como chegada do Reino de Deus na vida dos que creem em sua pessoa. Assim, ao confortar e consolar o centurião, dizendo-lhe: “Eu irei curá-lo”, segundo S. Agostinho, “o Senhor não quer, simplesmente, entrar na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”.
Pelas palavras do centurião se vê que do tamanho de sua fé e de sua confiança em Jesus só existe a sua humildade, que o leva a declarar, diante da oferta generosa do Senhor de ir à sua casa: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; dize uma palavra e o meu criado ficará curado”. Em Jesus, ele experimenta que Deus o ama e gratuitamente vem ao seu encontro, com bondade, amor e misericórdia. Por isso, diz S. João Crisóstomo, “o centurião confiava, cheio de esperança, que seu servo seria curado”, bastando uma só palavra do Senhor.
O sereno convencimento do oficial romano, na eficácia divina da palavra de Jesus, não lhe permitiu se sentir intimidado ao procurar ajuda de um pregador itinerante da Galileia, mesmo com o risco de ser ridicularizado pelos seus compatriotas. Admirado, Jesus exclama: “Em Israel, não achei ninguém que tivesse tal fé”. Aliás, a fé em Jesus e o carinho dele para com seu servo são extraordinários, dando razão às palavras do Mestre: “Virão muitos do Oriente e do Ocidente e se assentarão à mesa no Reino dos Céus”. Por sua vez, S. Hilário de Poitiers destaca que “a cura do servo do centurião, sem que Cristo tenha entrado em sua casa, é sinal do mistério da salvação dos pagãos: o centurião representa todos os que estão neste mundo”, e que são membros do Reino de Deus pela fé, não pela pertença a uma raça.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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