Reflexão do Evangelho de quinta-feira 15 de setembro






Reflexão do Evangelho de quinta-feira 15 de setembro
Jo 19,25-27 – Jesus e sua Mãe - (Nossa Senhora das Dores)

No dia seguinte, 14 nisan, ao meio-dia, um grupo de pessoas avança em direção ao Gólgota. Carregando nos ombros, conforme costume da época, o braço horizontal da cruz, Jesus caminha a passos lentos. No alto da colina, o eco terrível dos martelos, que fincavam os cravos em seus pulsos e pés, soa no coração dos Apóstolos, particularmente, de sua mãe, Maria, que, com algumas mulheres, assistiam à crucifixão. Erguido do chão, os olhos de Jesus não se turvam, mas doces e serenos se voltam para seus algozes; sua voz, já entrecortada de dores, percute no silêncio dos corações indiferentes: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. A misericórdia do Crucificado supera o ar carregado e zombador dos inimigos, aos quais passam despercebidas as palavras ditas ao bom ladrão: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Vendo-o crucificado, alguns transeuntes zombam dele, outros caçoam; Ele, porém, sereno, refletindo o amor de Deus pela humanidade inteira, diz ao discípulo amado, que lá está em nome de todo verdadeiro discípulo seu: “Eis tua Mãe”, e para sua Mãe: “Eis teu filho”. Maria o abraça, afago materno, que reflete ternura e bondade, consolando-nos e animando-nos no seguimento do Filho amado.
Por volta das três horas da tarde, após sentir em seus lábios uma esponja embebida de vinagre, com voz forte, Ele brada: “Tudo está consumado”. Escreve Orígenes: “Com plena confiança, Ele entregou seu espírito nas mãos do Pai”. A terra treme, fendas aparecem nos rochedos e o centurião, que ouvira suas últimas palavras: “Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito”, confessa: “Na verdade, Ele era o Filho de Deus”. No abandono de todos, experiência verdadeiramente humana, Jesus se volta para o Pai e, na gratuidade plena, gesto verdadeiramente divino, entrega-se a Ele. É Páscoa, “passagem de Jesus deste mundo ao Pai”; Ele deu a sua vida “por nós”: a salvação, a paz e a felicidade descem até nós, banhando nossa vida e nos transformando em arautos da Boa-Nova. Com S. Agostinho dizemos: “Amemo-nos também a nós uns aos outros, como Cristo nos amou e se entregou por nós”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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